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Enel vai investir 36 mil milhões até 2026. E 9.000 milhões são em Portugal e Espanha

O CEO da Enel, Flavio Cattaneo, garantiu - na conferência de imprensa com jornalistas que se seguiu à apresentação do plano estratégico - que a elétrica italiana não tem qualquer intenção de vender a sua participação na espanhola Endesa.

Reuters
22 de Novembro de 2023 às 13:20
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A gigante elétrica italiana Enel, que por sua vez detém 70,1% da espanhola Endesa, apresentou esta quarta-feira o seu novo plano estratégico para o período 2024-2026, de acordo com o qual tem previsto um investimento total de 35,8 mil milhões de euros nos próximos três anos, sendo a maior fatia - de 18,6 mil milhões de euros - destinada à aposta em redes elétricas, nomeadamente no que diz respeito à "melhoria da qualidade, resiliência e digitalização" das infraestruturas, além de novas interligações. De acordo com a Enel, isto confirma a "centralidade das actividades reguladas na estratégia do grupo". 
 
Do pacote de investimento faz ainda parte uma fatia de 12,1 mil milhões de euros para projetos de energias renováveis (7,2 mil milhões na Europa), com "decisões de investimento mais seletivas" em áreas como a energia eólica e respetivo "repowering", solar e armazenamento de baterias. Além disso, a empresa dedicará três mil milhões de euros para a sua carteira de clientes.

A empresa quer adicionar 13,4 GW de nova capacidade renovável em todas as geografias onde está presente, com base num pipeline robusto de cerca de 450 GW, dos quais aproximadamente 160 GW numa fase madura. Em 2026, a capacidade renovável do grupo deverá atingir aproximadamente 73 GW, dos cerca de 63 GW estimados em 2023, com a produção livre de emissões a atingir cerca de 86% face a cerca de 74% estimada em 2023.
 
"O grupo planeia concentrar os seus investimentos onde os retornos são mais visíveis, os quadros regulamentares são remuneradores e os ambientes macroeconómicos e políticos são estáveis, com 49% do investimento em Itália, 25% na Península Ibérica, 19% na América Latina e 7,5% na América do Norte", acrescentou a empresa em comunicado. 

Isto significa que, dos quase 36 mil milhões que o grupo energético italiano prevê investir até 2026, nove mil milhões serão direcionados para Portugal e Espanha, segundo o plano estratégico 2024-2026 atualizado.

"Esta estratégia visa transformar o grupo Enel numa organização mais 'magra', mais flexível e resiliente, bem posicionada para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades que podem surgir no futuro. Nos próximos três anos, adotaremos uma abordagem mais seletiva em relação aos investimentos, a fim de maximizar a rentabilidade e minimizar os riscos. Iremos concentrar-nos nos principais mercados, implementando estratégias integradas, visando redes, energias renováveis, bem como a criação de valor no segmento de clientes através de ofertas comerciais agregadas. A disciplina financeira será a pedra angular da nossa estratégia", disse Flavio Cattaneo, CEO da Enel. 
 
Sobre a Endesa, o responsável garantiu - na conferência de imprensa com jornalistas que se seguiu à apresentação do plano estratégico - que a Enel não tem qualquer intenção de vender a sua participação na elétrica espanhola.

As estimativas do grupo preveem que o resultado operacional bruto (EBITDA) ascenda a um valor entre 23,6 e 24,3 mil milhões de euros em 2026, mais 7% do que este ano, devendo os lucros aumentar, da mesma forma, para um patamar entre 7,1 e 7,3 mil milhões de euros. 
 
Já na política de dividendos, a Enel diz que será "simples e apelativa", com um dividendo mínimo fixo de 0,43 euros por ação para 2024-2026, com um potencial aumento até 70% do lucro líquido ordinário se a neutralidade do fluxo de caixa for alcançada.
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