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Lucros da Endesa disparam 76% para 594 milhões no primeiro trimestre

Apesar dos resultados no início do ano, o CEO da Endesa, José Bogas, prevê uma "normalização das condições de nossos negócios de geração convencional e gás ao longo do ano, por isso não devemos baixar a guarda nos próximos meses".

09 de Maio de 2023 às 11:00
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A elétrica espanhola Endesa anunciou esta terça-feira em comunicado enviado à Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV) que obteve lucros 594 milhões no primeiro trimestre de 2023, o que representa um crescimento de 76% face ao período homólogo de 2022, quando ainda se verificavam preços muito elevados de eletricidade e gás. 

Apesar dos lucros, a empresa registou uma queda homóloga de 1,2% nas receitas, para 7.504 milhões de euros no período.

De acordo com a Endesa, os resultados dos primeiros três meses deste ano devem-se sobretudo "à progressiva normalização das condições do mercado de energia, tendo em conta a queda nos preços do gás", que no primeiro trimestre reduziram-se em 58% em termos grossistas, para os 96 euros/MWh. 

"A Endesa iniciou o ano de 2023 de forma positiva. Os pontos fortes e a resiliência do modelo de empresa verticalmente integrado, juntamente com o crescimento da produção de energia renovável e da margem de produção do ciclo combinado, bem como uma evolução positiva das operações comerciais, formam os principais pilares do crescimento dos lucros", frisou a empresa em comunicado.

Em termos de EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização), a Endesa dá conta de um aumento de 60%, para os 1.462 milhões de euros, muito suportado pela evolução favorável do negócio na produção convencional (térmica) e renovável, e também na normalização da atividade de comercialização.

Este desempenho permitiu amortecer o impacto da taxa de 1,2% sobre os proveitos da Endesa ("windfall tax"), um imposto que representa 208 milhões de euros para a empresa. 

Apesar dos resultados no início do ano, o CEO da Endesa, José Bogas, prevê uma "normalização das condições de nossos negócios de geração convencional e gás ao longo do ano, por isso não devemos baixar a guarda nos próximos meses". O presidente executivo da empresa destacou ainda a aprovação, na Assembleia Geral de Accionistas, da distribuição de um dividendo de 1,585 euros por acção.

A produção renovável (hídrica, solar e eólica) da Endesa cresceu 32% no primeiro trimestre, face a 2022, o que somado com a produção de eletricidade a partir do nuclear, aumentou para 83% o volume de eletricidade produzida sem emissões de gases com efeito de estufa na Península Ibérica. 

"A produção de energia em Portugal e Espanha cresceu 4% em relação ao ano anterior, atingindo 13 TW/h , graças ao aumento de 32% na geração renovável. O aumento na produção solar, eólica e hidrelétrica compensou a redução de 8% e 4% na produção térmica e nuclear, respectivamente. 83% da produção peninsular da Endesa em Espanha e Portugal foi livre de emissões no primeiro trimestre", referiu a Endesa no mesmo comunicado.

Nos últimos doze meses, a Endesa adicionou cerca de 900 megawatts de nova capacidade renovável, atingindo 9.300 megawatts no final de março (+10%). Neste momento, a empresa já tem em construção 1.100 MW de energia solar e eólica, que deverão ser conectados à rede em 2023.

Em termos de carteira de clientes, a espanhola ganhou cerca de 480 mil novos clientes de energia elétrica no mercado livre em relação ao final de março de 2022, atingindo 6,8 milhões. Em Portugal a Endesa é hoje a segunda maior energética no segmento doméstico, apenas abaixo da dominante EDP. Como resultado deste aumento, as vendas no segmento doméstico aumentaram 13%, para 6,2 terawatts-hora (TWh).

"O aumento da produção renovável permite cobrir 77% das vendas a preço fixo a clientes, 14 TWh no trimestre, com eletricidade sem emissões", revela a Endesa em comunicado.

Entre janeiro e março a espanhola investiu 409 milhões (+2%) face a 2022. Neste momento, a Endesa já vendeu 100% da sua produção própria (hídrica, nuclear e renovável ao mercado) para 2023 e 87% dela para 2024 ao preço de 65 euros megawatt-hora, cumprindo a regulamentação em vigor.

Por causa da "normalização do preço do gás", a dívida bruta caiu 9% até março. "A Endesa fechou operações financeiras de 1.250 milhões no período e assinou novas linhas financeiras com a Enel por 3.000 milhões. A posição de liquidez da empresa ascende a 10.800 milhões no final de Março", disse Marco Palermo, CFO da Endesa.
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