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Empresas investem menos de 2% das receitas na descarbonização

Em Davos, o CEO da Scneider Electric, Jean-Pascal Tricoire, apelou às empresa para usarem os lucros como "forças poderosas na luta contra as alterações climáticas".

5.º Jean-Pascal Tricoire, Schneider Electric
18 de Janeiro de 2023 às 11:02
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Em média, o compromisso financeiro com iniciativas de sustentabilidade e descarbonização em muitas empresas é ainda inferior a 2% da receita projetada para os próximos três anos, revela um estudo encomendado pela Schneider Electric. Na transição energética, apenas 31% das organizações promove atualmente a eletrificação como forma de descarbonização.

Mesmo que estes investimentos garantam um retorno do investimento, muitas vezes, num prazo entre um e três anos, garante empresa líder global na transformação digital da gestão e automação da energia, que aproveitou o palco da reunião anual do Fórum Económico Mundial em Davos, para lançar "um apelo urgente aos governos e empresas em todo o mundo".

"As atuais crises climática e energética são uma realidade económica para cada vez mais pessoas. No momento em que os líderes empresariais e decisores políticos se reúnem em Davos, devemos agir de acordo com os nossos próprios interesses a longo, e não a curto, prazo," comentou Jean-Pascal Tricoire, disse CEO da Schneider Electric. 

E acrescentou: "Não devemos evitar decisões difíceis. Não pode haver prosperidade a longo prazo sem uma transição energética total. As empresas, governos e sociedades devem fazê-lo agora, para cumprir os compromissos que assumiram", disse Tricoire, pedindo para se sejam aceleradas as ações de sustentabilidade e intensificado o investimento em tecnologias que vão ajudar a reduzir as emissões de carbono e a reforçar a segurança energética.

O apelo acontece num contexto de aumento dos preços da energia, crise de abastecimento energético e rápida aceleração das alterações climáticas que, juntos, colocam grandes desafios às empresas, economias e sociedades em todo o mundo. 

"O propósito e os lucros devem estar alinhados para se tornarem forças poderosas na luta contra as alterações climáticas", disse ainda Jean-Pascal Tricoire, sublinhando que "já dispomos da tecnologia para evitar as crises energéticas e climáticas. A urgência por entrar em ação é maior do que nunca".

Uma investigação independente a mais de 500 executivos de alto nível encomendada pela Schneider Electric em 2022 mostrou que os investimentos em sustentabilidade nas empresas são frequentemente prejudicados pela complexidade que envolve a descarbonização. Os inquiridos destacaram o alinhamento dos acionistas, o orçamento, a tecnologia, as competências e a regulamentação como desafios para a implementação de práticas de sustentabilidade.

No entanto, a maioria disse que a automação industrial melhorada e a atualização da infraestrutura elétrica serão uma parte fundamental do seu plano de sustentabilidade para os próximos três anos.

A aquisição de energia renovável está entre as principais iniciativas levadas a cabo do lado da oferta, enquanto a eletrificação – uma medida fundamental do lado da procura – está mal classificada enquanto prioridade de sustentabilidade para as organizações.

Para além da eletrificação, o fornecimento de mais eficiência à infraestrutura existente, através da digitalização e da automação, estará entre as alavancas mais importantes na próxima década, sendo o meio mais rápido e economicamente eficiente para muitas organizações reduzirem as emissões.

Um outro relatório recente da Schneider Electric sobre o potencial de eletrificação da UE descobriu que colocar o foco em setores em que a eletrificação é tanto viável como atrativa poderia aumentar a participação da eletricidade no mix de energia de cerca de 20% para 50%. A quota do gás natural e do petróleo, por sua vez, cairia cerca de 50%, contribuindo significativamente para uma maior segurança energética.
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