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EDP espera reverter maus resultados com "forte" rotação de ativos

"Ainda acreditamos que em 2022 é possível atingir lucros acima de 2021. Há muitos desafios, muitos imponderáveis, mas ainda não atirámos a toalha ao chão", garantiu o CEO Stilwell d'Andrade. 

A empresa liderada por Miguel Stilwell tem oito institucionais com participações superiores a 2%, que controlam mais de 31% do capital.
Ricardo Almeida
06 de Maio de 2022 às 11:40
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Apesar de ter fechado o primeiro trimestre do ano com prejuízos de 76 milhões, a EDP espera uma forte rotação de ativos" em 2022, com uma transação já fechada e que contribuiu para o total de 1,8 mil milhões de ganhos financeiros já arrecadados entre 2021 e 2022. 

"Os resultados foram fracos. Os primeiros três meses foram um grande desafio para a empresa", disse Miguel Stilwell d'Andrade aos analistas, frisando que a pior seca dos últimos 100 anos, que obrigou a parar as barragens, combinada com os preços da eletricidade em máximos históricos nos mercados grossistas, retirou 400 milhões de euros ao EBITDA da empresa até março. 

No entanto, o CEO está otimista face aos restantes meses do ano, sobretudo no que diz respeito à rotação de ativos da EDP, que ajudará a melhorar as contas e regressar aos lucros. "Não vou extrapolar deste trimestre para o resto do ano. Ainda acreditamos que em 2022 é possível atingir lucros acima de 2021. Há muitos desafios, muitos imponderáveis, mas ainda não atirámos a toalha ao chão", garantiu Stilwell d'Andrade. 

A EDP fechou 2021 com lucros de 657 milhões de euros, uma descida de 18% face aos 801 milhões de euros de 2020. A mais longo prazo, a empresa mantém o objetivo de chegar a lucros de mil milhões de euros em 2023 e 1,2 mil milhões em 2025. 

Apesar da dramática redução na geração hídrica, a EDP já avançou entretanto com um forte aumento da geração térmica (2,6 vezes mais), mas Stilwell d'Andrade garante que apesar de os preços do gás estarem em máximos históricos, a produção de eletricidade nas centrais térmicas será otimizada e não irá afetar as contas. A empresa — que tem dois contratos de fornecimento de gás indexados aos preços do índice TTF, dos Países Baixos, que serve de benchmarking para os países europeus — garante que qualquer prejuízo será ultrapassado assim que o gás for queimado para produzir eletricidade. 

Neste momento, 75% da geração de energia elétrica da empresa já é renovável. A EDP quer abandonar o carvão até 2025 (em Espanha) e o gás até 2030.

Sobre as medidas mitigadoras para compensar os maus resultados na produção hídrica, o CEO sublinhou os lucros da EDP Renováveis e do negócio de Redes e Distribuição. 

No que diz respeito à rotação de ativos, a apresentação que a elétrica fez esta sexta-feira aos analistas e que foi já enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) mostra que das três transações previstas para este ano a EDP Renováveis conseguiu já fechar a venda de 100% de 149 MW de energia eólica na Polónia, o que equivale a 300 milhões de euros.

Na calha estão mais cerca de 300 milhões para 181 MW de eólico em Espanha e outros 250 milhões de energia solar nos Estados Unidos, num total de cerca de 850 milhões. Além destes, o CEO avançou mais dois negócios que estão já "em vista".  

"Estamos confiantes que vamos ultrapassar o número esperado para a rotação de ativos em 2022, mas vamos ficar abaixo de 2021", disse. 

Da mesma forma, a EDP garante estar no bom caminho para cumprir os seus objetivos para 2023-2025 e espera uma "potencial reviravolta" nos resultados da empresa nos próximos trimestres. Desta forma, a elétrica acredita que "está no caminho certo, já que o desempenho do restante do ano compensará os resultados do primeiro trimestre", de acordo com uma apresentação publicada no site do regulador.

Ao mesmo tempo, a empresa vê também "potencial de melhoria" decorrente do aumento estrutural dos preços da energia, maiores volumes comerciais, principalmente a partir de 2023.
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