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Depois do solar e da venda de gás, Galp aposta na energia eólica no Brasil

A petrolífera adquiriu projetos em desenvolvimento com uma capacidade máxima total de 4,6 GWp em todo o Brasil, e mais um cluster de 216MW de parques eólicos em desenvolvimento no Nordeste brasileiro.

A Galp Energia, liderada por Andy Brown, fechou o primeiro trimestre do ano com uma escalada de 35%, suportada pelos máximos do petróleo.
António Pedro Santos/Lusa
03 de Maio de 2022 às 09:53
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A petrolífera portuguesa Galp anunciou esta terça-feira que assegurou 4,8 GW de novos projetos de renováveis e também a entrada da empresa na energia eólica no Brasil. Neste momento, a Galp garante ter já uma carteira de projetos de energias renováveis em desenvolvimento em várias geografias, como Brasil, Espanha e Portugal, num total de 9,6 GW, com "opções de crescimento", refere a empresa em comunicado.

O anúncio surgiu pouco depois de a petrolífera ter reportado lucros de 155 milhões no primeiro trimestre de 2022, em comunicado enviado esta terça-feira à CMVM, abaixo das estimativas dos analistas mas ligeiramente acima dos últimos três meses do ano passado (130 milhões). No entanto, na comparação homóloga, são resultados que mostram uma recuperação significativa, já que no primeiro trimestre de 2021 o país estava em confinamento e a Galp lucrou apenas 26 milhões de euros.

Segundo divulgou, a Galp acordou adquirir, "após a maturidade, uma carteira diversificada de projetos de energias renováveis de até 4,8 GW que serão desenvolvidos no Brasil". Desta forma, explica, "mais do que duplica a sua capacidade global em pipeline" e expande a sua operação à energia eólica "no maior país da América do Sul".

"O Brasil dinamizou o crescimento da Galp nos últimos 12 anos, através dos nossos principais projetos de produção no pré-sal [exploração petrolífera", afirma Georgios Papadimitriou, COO de Energias Renováveis e Novos Negócios da Galp, no mesmo comunicado.

"Estamos agora a adicionar um novo motor de crescimento, alavancado no vasto potencial do Brasil nas energias renováveis, e a reequilibrar os nossos negócios no país em linha com as nossas ambições de transição para um modelo energético mais limpo", acrescentou.

O negócio foi possível num acordo-quadro com a SER Energia, refere o mesmo comunicado, e abrange "a aquisição de projetos em desenvolvimento com uma capacidade máxima total de 4,6 GWp em todo o Brasil. Já um outro acordo com a Casa dos Ventos abrange um cluster de 216MW de parques eólicos em desenvolvimento no Nordeste brasileiro.

A Galp é hoje o terceiro maior produtor de petróleo e gás do Brasil e já em outubro tinha adquirido duas carteiras de projetos solares em desenvolvimento nos estados da Bahia e Rio Grande do Norte à SER Energia, com capacidades de 282 MW e 312 MW, respetivamente.

Uma das surpresas de 2022 foi também a entrada da Galp na comercialização de gás no mercado brasileiro, tendo em conta a liberalização do setor. A empresa comercializa o seu próprio gás e o de outras empresas, estando já a gerar um "valor razoável" com venda de gás no Brasil, revelou o CEO Andy Brown.

Além do solar, do eólico, do petróleo e do gás, para o Brasil a Galp tem na mira o desenvolvimento de projetos híbridos (eólico e solar) e até hidrogénio verde. "Não temos, hoje, planos firmes nesse sentido, mas é uma área que vamos considerar no seu devido tempo", sublinhou o CEO da Galp

Em fevereiro, o ministro das Minas e Energia do Brasil, Bento Albuquerque, passou por Lisboa e reuniu-se com Andy Brown, e também com a EDP, para mostrar às gigantes nacionais portuguesas as oportunidades de investimento que existem no Brasil na próxima década, sobretudo nas renováveis.
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