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Fornecedores estão a falhar entregas de gás à Galp, admite CEO

Para lidar com a situação, que deverá prolongar-se durante 2022, a petrolífera está a diversificar fontes e em 2023 vai começar a receber gás natural liquefeito dos EUA, garantiu Andy Brown

O CEO da Galp, Andy Brown, esteve no palco da Web Summit para falar dos desafios da transição energética
03 de Maio de 2022 às 13:52
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A Galp não está a receber os volumes contratados de gás por parte dos seus fornecedores. A garantia foi dada pelo próprio CEO da Galp, Andy Brown, numa conference call com analistas esta terça-feira, após a apresentação de resultados do primeiro trimestre.

"Continuámos a lidar com restrições persistentes nas entregas de gás e pusemos em prática medidas de mitigação como reduzir o consumo na refinação. Prevemos que isto continue a acontecer ao longo do ano. Estamos ativamente a diversificar as nossas fontes. No próximo ano vamos começar a receber gás dos EUA", garantiu. Outra das formas de contornar esta questão será apostar mais no hidrogénio verde.  

"No entanto, vamos continuar a fornecer Portugal e o abastecimento ao mercado nacional não está em risco", disse Andy Brown, referindo-se também aos combustíveis. Já as exportações de diesel, poderão de alguma forma ser impactadas, avisou.

Ainda assim, e apesar de ser alvo de quebras de contratos, garantiu o responsável, a empresa conseguiu "sobreviver aos primeiros três meses do ano" sem comprar volumes adicionais de gás, como chegou a acontecer no ano passado. Andy Brown frisou também que os preços do gás natural estão hoje "quatro vezes mais caros" do que no passado.

"Este trimestre evitámos fazê-lo. Foi apertado. Estamos a olhar para outros fornecedores nos mercados europeus e do Médio Oriente. Em maio e junho já teremos novos contratos", garantiu Andy Brown.

No Brasil, além do recente reforço nas renováveis, a Galp já começou também a vender gás que produz e também gás de outros produtores que operam no país. No entanto. Andy Brown tinha já reconhecido previamente que seria muito caro transformar esse gás brasileiro em GNL para o trazer para Portugal.

Sobre o mecanismo de exceção ibérica que Portugal e Espanha estão mesmo a terminar, como já reconheceu o ministro do Ambiente e Ação Climática, Duarte Cordeiro, a Galp não é contra, mas reconhece que impor um teto máximo ao valor do gás usado para gerar energia "vai limitar o nosso preço durante 12 meses".

"Querem travar o gás nos 50 euros por MWh, o que significa que a eletricidade no Mibel ficará a 110/120 euros por MWh. Para nós significa que recebemos menos pela energia gerada. Mas ao mesmo tempo ter a eletricidade mais barata para vender aos nossos clientes também é atrativo", disse Brown.
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