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CTG deixa cair OPA à EDP se desblindagem de estatutos for chumbada
A China Three Gorges não renuncia à condição imposta na oferta pública de aquisição sobre a EDP, embora se afirme empenhada em avançar com o processo de oferta.
A China Three Gorges emitiu esta segunda-feira um comunicado na CMVM, que pretende que seja lido aos acionistas na assembleia geral da EDP, onde afirma que não renuncia à condição imposta na oferta pública de aquisição (OPA), de que seja aprovada a desblindagem de estatutos.
"A CTG gostaria de declarar irrevogavelmente a todos os interessados e, em especial, aos acionistas da EDP que todas as condições a que o lançamento da Oferta se encontra sujeito permanecem em vigor e, especificamente, no caso de o resultado da votação não permitir a eliminação do atual limite à contagem de votos, que a CTG não renunciará a essa condição", afirma a declaração. Ou seja, a OPA ficará sem efeito se a votação na AG da EDP desta quarta-feira for desfavorável aos chineses.
Apesar deste possível travão à oferta, a CTG afirma que "já obteve resultados positivos num grande número de aprovações regulatórias" e garante continuar "a trabalhar ativamente para a conclusão bem-sucedida dos demais processos".
A empresa chinesa diz ainda que irá respeitar as decisões das autoridades e da Assembleia Geral e "permanecerá como investidora estratégica de longo prazo da EDP", isto, "independentemente do resultado final da oferta".
A posição da China Three Gorges chega depois de o regulador dos mercados português, a CMVM - Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, ter confirmado que a votação sobre o limite dos votos na EDP é decisiva para o desfecho da OPA, deixando um ultimato. A CMVM decidiu que, no caso de o voto não ser favorável, fica desde já decidida a não verificação de uma das condições para a OPA avançar. E no caso de os acionistas votarem a favor, dará 45 dias aos chineses para as restantes condições ficarem garantidas.
O ponto sobre a desblindagem dos estatutos foi pedido para entrar na assembleia geral de 24 de abril pelo fundo Elliott, também acionista da elétrica com uma participação de 2,9%, que pretendia contrariar a morosidade do processo.
O fundo de investimento, conhecido como o "Abutre da Argentina", considera que, se a China Three Gorges (CTG) for bem sucedida na OPA à EDP, a elétrica "ficará mais fraca" e mais "vulnerável". A opinião do fundo Paul Elliott Singer foi enviada numa carta ao conselho de supervisão da EDP. O fundo acredita que a EDP pode ter um futuro melhor se optar por investir no crescimento e na otimização do portefólio.
A oferta pública de aquisição lançada, a 11 de maio de 2018, pela China Three Gorges (CTG) à EDP está há praticamente um ano sem desenvolvimentos.
(notícia atualizada às 19h46)