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Fim da OPA à EDP "não" põe em causa relação entre Portugal e a China

"Desde que a massa crítica acionista, que está representada no conselho e que tem garantido a estabilidade da EDP ao longo da última década, se mantenha, não vejo que qualquer ativista possa perturbar significativamente a vida da empresa", afirmou Luís Amado durante a entrevista ao Negócios e à Antena 1.

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14 de Abril de 2019 às 22:00
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Mesmo que a oferta pública de aquisição (OPA) lançada pela China Three Gorges (OPA) não tenha sucesso, a parceria entre Portugal e a China não deverá ser abalada. Esta é a convicção do presidente do conselho geral e de supervisão da EDP. No que toca à entrada do fundo Elliott no capital da EDP, não demonstra grandes preocupações até porque acredita que se trata de uma situação "transitória".

A assembleia geral de acionistas de 24 de abril pode ser importante para o futuro da OPA caso o ponto da desblindagem dos estatutos seja chumbado...
Não necessariamente, depende... há vários cenários possíveis. Mas eu não poderei falar sobre isso, estou inibido de falar sobre questões que têm a ver com a oferta. Isso depende da vontade do acionista que lançou a oferta e depende das circunstâncias, designadamente dos constrangimentos que o seu prospeto de oferta estabeleceu desde o início.

Mas independentemente do que vier a acontecer, não está preocupado se pode ou não pôr em causa a estratégia que foi definida?
Não, porque ela foi aprovada por todos os acionistas de referência que constituem uma maioria muito sólida, que terá expressão seguramente na assembleia geral.

O facto de a OPA falhar pode colocar em causa o investimento da CTG na EDP?
Isso não é uma questão que eu possa responder com convicção. Depende da vontade dos acionistas, neste caso depende da vontade da CTG de analisar as opções. Não sabemos se a OPA vai ou não vai ter sucesso. Há um conjunto de condições muito grandes, que o próprio oferente colocou, e depende muito da forma como esse processo evoluir. Mas eu não tenho dúvida nenhuma que, no âmbito da parceria entre Portugal e a China, os governos respetivos estão atentos a essa situação.

Esta circunstância não pode ter impacto no relacionamento entre o Estado português e o Estado chinês?
Não, o Estado chinês e o Estado português têm uma relação de parceria, estratégica aliás, no contexto de uma situação geopolítica internacional que é muito focada nas relações com o investimento chinês. Mas em que, no caso português, não há qualquer reserva relativamente a esse investimento do ponto de vista político. Portanto, a parceria entre Portugal e a China funciona num quadro de rotina, normal, nas relações entre estados que têm parcerias desse tipo.


Luís Amado: Permanência do fundo Elliot na EDP é uma “situação transitória”
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Luís Amado, presidente do Conselho Geral de Supervisão da EDP, foi o entrevistado na Conversa Capital, do Negócios e Antena 1.
A entrada do fundo Elliott pode trazer mais instabilidade à empresa?
Desde que a massa crítica acionista, que está representada no conselho e que tem garantido a estabilidade da EDP ao longo da última década, se mantenha, não vejo que qualquer ativista de mercado, com mais ou menos ruído nas suas relações com a empresa, possa perturbar significativamente a vida da empresa. [...] A função dos fundos ativistas é essa, é de gerir os processos de transição nas empresas que estão em mutação. O facto de haver uma oferta, cujo sentido que podia seguir não era percebido, atraiu fundos de curto prazo, de dois/três anos, que procuram intervir na vida das empresas de forma mais ativa, aconselhando ou propondo - quando podem, impondo - à gestão as suas próprias opções estratégicas para o futuro da empresa, de forma a maximizar o valor do seu investimento. Mas é uma situação que identifico como transitória.

Acha que o Elliott não vai ficar muito tempo na EDP?
Ficará o tempo que entender. A decisão será deles e será em função da expectativa que têm em relação à valorização da ação da empresa, uma vez que são fundos que, sendo ativistas no sentido de intervirem mais publicamente, têm como objetivo maximizar o seu investimento e fazer a sua mais valia e partirem para outro investimento.
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