Notícia
Boris Johnson avança com 810 milhões de euros para nova central nuclear
O projeto foi aprovado em Julho por Londres, apesar de Johnson se ter comprometido antes a não tomar grandes decisões orçamentais antes da chegada do sucessor.
01 de Setembro de 2022 às 16:09
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, anunciou esta quinta-feira um financiamento governamental de 700 milhões de libras (810 milhões de euros) para a construção da nova central nuclear Sizewell C, que deverá custar dezenas de milhares de milhões de libras.
Os meios de comunicação social britânicos já tinham noticiado que a central tinha recebido luz verde do primeiro-ministro, que permanece no cargo apenas mais alguns dias até à chegada do novo líder do partido Conservador, que será conhecido na segunda-feira.
O projeto, que deverá custar entre 20.000 e 30.000 milhões de libras (23.000 a 35.000 milhões de euros no câmbio atual), foi aprovado em Julho por Londres, apesar de Johnson se ter comprometido antes a não tomar grandes decisões orçamentais antes da chegada do sucessor.
Sizewell C vai ser uma central de dois reatores EPR de 3.2GW operada pela empresa francesa EDF, sendo o Grupo CGN da China inicialmente um investidor minoritário, embora o governo britânico esteja agora relutante em ver investidores chineses envolvidos num projecto que é considerado estratégico.
A central proposta deverá ser financiada pelo sector privado, com uma participação de 20% do governo do Reino Unido, de acordo com a imprensa.
Naquela que é a última intervenção pública em funções, Johnson criticou a "paralisia" do setor no Reino Unido durante anos, a "miopia" e a "visão a curto prazo" de vários antecessores, mas disse estar confiante que o próximo primeiro-ministro iria continuar a desenvolver a indústria.
"O nuclear parece sempre caro para construir e operar quando se começa, mas olhem para as consequências da guerra de [Vladimir] Putin: (a energia nuclear) é certamente mais barata, em comparação com os hidrocarbonetos", cujos preços dispararam devido à guerra na Ucrânia, argumentou.
Londres já tinha anunciado em Janeiro que estava a injetar mais 100 milhões de libras no desenvolvimento de Sizewell C e para "atrair mais financiamento de investidores privados".
O projeto é também objeto de uma ação jurídica por parte de críticos que contestam o impacto ambiental, defendendo o uso do dinheiro para isolar termicamente casas e ajudar financeiramente os mais afetados pela subida do preço da energia.
O Reino Unido, que se comprometeu a atingir a neutralidade carbónica até 2050, quer acelerar o desenvolvimento da energia nuclear, que não emite gases com efeito de estufa para a atmosfera, pois muitos dos seus 15 reatores atuais estão a aproximar-se do fim do período de vida previsto.
O país tem oito novos reatores planeados até 2050, que deverão com garantir 25% das necessidades de eletricidade.
A ameaça de corte do fornecimento de gás natural pela Rússia à Europa aumentou o risco de escassez desta fonte de energia durante o inverno, quando é usado para o aquecimento doméstico, levando a uma corrida por alternativas.
Apesar de depender pouco da Rússia, o Reino Unido está a ser afetado pelo aumento dos preços nos mercados internacionais, tendo o presidente-executivo da petrolífera Shell, Ben van Beurden, sugerido a necessidade de "racionar" o uso de energia.
Na quarta-feira, a candidata favorita para suceder a Boris Johnson, Liz Truss, rejeitou categoricamente esta hipótese, enquanto o rival, Rishi Sunak, admitiu que é algo que "não pode ser descartado".
Os meios de comunicação social britânicos já tinham noticiado que a central tinha recebido luz verde do primeiro-ministro, que permanece no cargo apenas mais alguns dias até à chegada do novo líder do partido Conservador, que será conhecido na segunda-feira.
Sizewell C vai ser uma central de dois reatores EPR de 3.2GW operada pela empresa francesa EDF, sendo o Grupo CGN da China inicialmente um investidor minoritário, embora o governo britânico esteja agora relutante em ver investidores chineses envolvidos num projecto que é considerado estratégico.
A central proposta deverá ser financiada pelo sector privado, com uma participação de 20% do governo do Reino Unido, de acordo com a imprensa.
Naquela que é a última intervenção pública em funções, Johnson criticou a "paralisia" do setor no Reino Unido durante anos, a "miopia" e a "visão a curto prazo" de vários antecessores, mas disse estar confiante que o próximo primeiro-ministro iria continuar a desenvolver a indústria.
"O nuclear parece sempre caro para construir e operar quando se começa, mas olhem para as consequências da guerra de [Vladimir] Putin: (a energia nuclear) é certamente mais barata, em comparação com os hidrocarbonetos", cujos preços dispararam devido à guerra na Ucrânia, argumentou.
Londres já tinha anunciado em Janeiro que estava a injetar mais 100 milhões de libras no desenvolvimento de Sizewell C e para "atrair mais financiamento de investidores privados".
O projeto é também objeto de uma ação jurídica por parte de críticos que contestam o impacto ambiental, defendendo o uso do dinheiro para isolar termicamente casas e ajudar financeiramente os mais afetados pela subida do preço da energia.
O Reino Unido, que se comprometeu a atingir a neutralidade carbónica até 2050, quer acelerar o desenvolvimento da energia nuclear, que não emite gases com efeito de estufa para a atmosfera, pois muitos dos seus 15 reatores atuais estão a aproximar-se do fim do período de vida previsto.
O país tem oito novos reatores planeados até 2050, que deverão com garantir 25% das necessidades de eletricidade.
A ameaça de corte do fornecimento de gás natural pela Rússia à Europa aumentou o risco de escassez desta fonte de energia durante o inverno, quando é usado para o aquecimento doméstico, levando a uma corrida por alternativas.
Apesar de depender pouco da Rússia, o Reino Unido está a ser afetado pelo aumento dos preços nos mercados internacionais, tendo o presidente-executivo da petrolífera Shell, Ben van Beurden, sugerido a necessidade de "racionar" o uso de energia.
Na quarta-feira, a candidata favorita para suceder a Boris Johnson, Liz Truss, rejeitou categoricamente esta hipótese, enquanto o rival, Rishi Sunak, admitiu que é algo que "não pode ser descartado".