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Barragens: Alto Tâmega emprega 1.500 e já aplicou mais de 7 milhões em contrapartidas

A construção das três barragens do Alto Tâmega emprega actualmente 1.500 pessoas e está a 30% da obra, que estará concluída em 2023 para produção de electricidade, mas que servirá também como reserva de água para anos secos.

Bruno Simão/Negócios
14 de Novembro de 2017 às 15:00
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A concessionária Iberdrola fez hoje, em Ribeira de Pena, distrito de Vila Real, um ponto da situação do Sistema Electroprodutor do Tâmega que está a cerca de 30 a 35% dos trabalhos e emprega, neste momento, 1.500 pessoas de forma directa.

A empresa de origem espanhola aplicou 7,2 milhões de euros, até ao momento, em medidas de compensação nos municípios afectados pela construção das barragens do Alto Tâmega, que incluem beneficiação de museus, obras de saneamento e equipamentos para bombeiros, segundo Sara Hoya, responsável ambiental da Iberdrola,

O Plano de Acção Socioeconómico, assinado com as sete câmaras envolvidas nos projectos, destina cerca de 50 milhões de euros para o desenvolvimento económico, social e cultural da região onde estão a ser construídas as barragens de Daivões, Gouvães e Alto Tâmega.

Este é um dos maiores projectos hidroeléctricos realizados na Europa nos últimos 25 anos, contemplando a construção de três barragens (Daivões, Gouvães e Alto Tâmega), 1.500 milhões de euros de investimento e a criação de 13.500 empregos directos e indirectos durante o período de maior volume dos trabalhos (2018-2020).

José Maria Otero, responsável pela área de licenciamento da Iberdrola, salientou a preocupação da empresa na contratação de mão-de-obra local, que perfaz cerca de 15 a 20% dos trabalhadores afectos ao empreendimento.

O complexo contará com uma potência instalada de 1.158 megawatts (MW), alcançando uma produção anual de 1.760 gigawatts hora (GWh), ou seja, 6% do consumo eléctrico do país.

No entanto, além do objectivo primordial de produção hidroeléctrica, José Maria Otero ressalvou que a água das albufeiras poderá ser usada em períodos de seca.

"Este ano fala-se muito da seca e da falta de água. O que se vai fazer é regular o rio Tâmega e, portanto, vamos ter albufeiras com água que pode ser utilizada em períodos de seca", salientou.

Segundo o responsável, em finais de 2021 já deverão estar em serviço as barragens de Daivões e Gouvães, enquanto a do Alto Tâmega deverá estar concluída durante o primeiro semestre de 2023.

A barragem do Alto Tâmega é precisamente aquela onde a obra começou mais tarde. No próximo verão deverá ser feito o desvio do rio Tâmega e começar a escavação das fundações do paredão.

Em Daivões, o empreendimento mais a jusante do Tâmega, já se fez o desvio o rio e está agora a começar a construção das fundações da barragem.

Em Gouvães, no rio Torno, a construção da central de bombagem deverá estar concluída em Janeiro, altura em que arranca a fase de betonagem. Aqui os trabalhos avançam "em muitas frentes", até porque o circuito hidráulico possui sete quilómetros.

Sara Hoya, responsável ambiental da Iberdrola, referiu que parte da verba global de 50 milhões de euros para contrapartidas está reservada para gestão dos municípios (24 milhões de euros), enquanto a restante será aplicado em medidas de minimização como as expropriações, transladação de património ou monitorização ambiental (26 milhões de euros).

Os concelhos afectados pelo Sistema Electroprodutor do Tâmega são: Ribeira de Pena, Boticas, Vila Pouca de Aguiar, Chaves, Valpaços, Montalegre e Cabeceiras de Basto.

Até ao momento, o dinheiro foi aplicado em infraestruturas, como arruamentos, arranjos urbanísticos (largos, praças e muros de suporte), abastecimento e saneamento público, obras de beneficiação de museus, casas mortuárias e cemitérios, habitações sociais, balneário pedagógico, parque de campismo, construção de praias fluviais e parques de lazer.

Realizaram-se ainda investimentos em instalações desportivas como campos de futebol, um centro equestre e uma pista de desportos radicais, bem como equipamentos para bombeiros, viaturas e beneficiação de instalações.

A Iberdrola está obrigada à concretização de medidas de minimização dos impactos e a uma monitorização constante da área afectada pelo empreendimento e, por isso, pelo terreno espalhou equipas de 17 arqueólogos e 30 biólogos, entre outros técnicos.

O Sistema Electroprodutor do Tâmega é uma das maiores iniciativas da história de Portugal no sector da energia hidroeléctrica, representando mais de 50% do objectivo do Programa Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hidroeléctrico (PNBEPH).
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