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ENI negoceia venda de metade dos activos de Moçambique

A Exxon Moçambique estará em conversações com a Eni para ficar com 50% dos activos da petrolífera italiana em Moçambique, já que a posição da empresa italiana no país africano é uma das que estarão disponíveis para o mercado.

Bloomberg
25 de Março de 2016 às 22:12
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A gigante petrolífera italiana Eni está em conversações para vender à Exxon 50% dos ativos que detém em Moçambique ainda este ano, noticiou o jornal financeiro norte-americano Wall Street Journal, citando fontes próximas do processo.

 

De acordo com o jornal, a Exxon Moçambique estará em conversações com a Eni para ficar com 50% dos activos da petrolífera italiana em Moçambique, já que a posição da empresa italiana no país africano é uma das que estarão disponíveis para o mercado.

 

Na semana passada, o presidente executivo da empresa, Claudio Descalzi, fez uma apresentação na qual confirmou que há negociações em curso para vender cerca de metade dos ativos moçambicanos, acrescentando que a venda poderia acontecer ainda este ano.

 

Há três anos, a Eni já tinha vendido 20% da sua posição no país por 4.000 milhões de dólares, e desde então que o mercado tem noticiado o interesse da companhia italiana em reduzir a participação em Moçambique, que se prepara para começar a beneficiar significativamente das reservas de gás natural que têm sido descobertas nos últimos anos.

 

Um porta-voz da Exxon Moçambique escusou-se a comentar a notícia, segundo a Bloomberg.

Há cerca de um mês, o Conselho de Ministros de Moçambique anunciou a aprovação do plano de desenvolvimento da plataforma flutuante do Campo Coral Sul, a explorar pela petrolífera italiana ENI, no norte do país.

 

"O Plano de Desenvolvimento do Projeto do FLNG do Campo Coral Sul (EPCC – Área 4), da Concessionária ENI na Bacia do Rovuma, Província de Cabo Delgado" foi aprovado, lê-se no comunicado enviado às redações, que não acrescenta nada mais sobre este tema.

A decisão do executivo abre caminho para a Decisão Final de Investimento da italiana ENI, que deverá ser tomada até ao final deste ano.

 

A ENI conta tomar até dezembro uma decisão final de investimento sobre o processamento de gás natural na costa de Moçambique, mas sobre o projeto comum em terra com a Anadarko só em 2017, disse o presidente da petrolífera italiana numa entrevista publicada em novembro, pela revista Jeune Afrique.

 

"Continuamos a desenvolver o nosso grande projeto Coral, localizado num dos nossos blocos 'offshore', que visa o processamento de gás natural numa plataforma flutuante. Esperamos uma decisão de investimento em dezembro de 2015, com início de produção em 2020", afirmou Claudio Descalzi na entrevista.

 

A aprovação do projeto da ENI surge um ano e dois meses depois da entrega do projeto, em dezembro de 2014, no qual se propõe a criação de uma plataforma flutuante na costa a norte de Moçambique para processar o gás natural.

 

A quantidade de gás natural explorável descoberta pelos consórcios liderados por ENI e Anadarko coloca Moçambique entre os cinco países com maiores reservas mundiais, que previsões do Governo moçambicano calculam serem de cerca de 200 biliões de pés cúbicos.

 

A ENI mantém a sua intenção de transformar o gás em duas plataformas flutuantes, enquanto a Anadarko planeia construir a sua unidade de gás natural liquefeito em terra, em parceria com a petrolífera italiana.

 

O Governo moçambicano esperava que as primeiras exportações de gás natural começassem a ser feitas em 2018, um prazo que já derrapou pelo menos dois anos.

 

As multinacionais petrolíferas poderão investir 31 mil milhões de dólares (27,7 mil milhões de euros) nos projetos de gás na bacia do Rovuma, norte de Moçambique, de acordo com os números apresentados em Outubro pelo presidente da estatal Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH), Omar Mithá.

 

 

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