O valor de adjudicações verificado em Portugal até perto do final de Agosto registava já uma quebra de 5,3% face ao período homólogo de 2004, o que representa um agravamento da situação face à situação verificada pela ANEOP – Associação Nacional do Empreiteiros de Obras Públicas no final de Julho passado, em que a variação homóloga era de 3,6%.

Os responsáveis da ANEOP justificam este comportamento negativo com «a forte quebra de obras públicas adjudicadas por parte das autarquias».

Além das adjudicações, também o nível de promoções – obras abertas a concurso - se encontra, perto do final de Agosto, em terreno negativo, com o seu valor a ser 28,5% inferior ao lançado em período homólogo. Se no final do primeiro trimestre, as autarquias ainda registavam um acréscimo de 10,6% no valor colocado a concurso, agora, perto do final de Agosto já registam um decréscimo de 24% no valor licitado em oito meses.

«Quer este resultado dizer que todas as obras públicas perspectivadas realizar antes das eleições autárquicas já foram lançadas e adjudicadas, estando, agora, a ser executadas», adianta a ANEOP, concluindo que, em síntese, a conjuntura no segmento das obras públicas permanece deprimida e com «sinais invisíveis» de alteração no curto prazo: «a maioria dos indicadores permanece no "vermelho", continuando a registar tendências descendentes face a 2004, ano que já havia apresentado quebras de actividade acentuadas».