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Valor médio das compras de Natal online cresceu à custa da inflação

O KuantoKusta registou um aumento de 5% do valor médio do cesto de compras, mas a subida está ligada à inflação, acredita um dos fundadores do portal que tradicionalmente reflete as tendências do mercado.

Mais de metade dos jovens com idades entre 18 e 24 anos, nos Estados Unidos, já utilizou soluções de compras parceladas.
IStockphoto
25 de Dezembro de 2022 às 18:00
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O valor médio das compras de Natal online registadas no KuantoKusta cresceu mais de 5% face ao valor verificado em 2021, que foi de 44 euros.

Em entrevista ao Negócios, Pedro Pimenta, co-fundador do portal, revela que "houve um aumento das pesquisas e também dos gastos por parte dos portugueses, o cesto médio aumentou 5,3%", mas realça que a subida "deve-se mais à inflação do que ao aumento de compras por parte dos consumidores". "O que nós reparamos é que as baixas de preço foram menos sensíveis do que nos outros anos", acrescenta.

"Fazendo uma análise mais profunda, achamos que na verdade o cesto médio pode ter diminuído, mas com a inflação os preços aumentaram e o cesto ficou mais caro".

O cuidado e preparação dos consumidores que usam o KuantoKusta também aumentaran: os dados das pesquisas e vendas ´desde o início de novembro até meados de dezembro (tradicionalmente as compras de Natal online são feitas até esse momento) mostram uma "diluição ao longo do mês, ou seja em relação aos outros anos as compras iniciaram-se mais cedo", avança Pedro Pimenta.

As tendências observadas no KuantoKusta – um dos canais de comércio eletrónico mais relevante no país - costumam refletir as do mercado como um todo.

Frigideira no topo das pesquisas

O fundador também conclui que o tipo de compras variou: "Há mais compras práticas, algo que seja um pouco menos acessório ou divertido e mais prático".

A estatística, argumenta, mostra "uma mudança na mentalidade do consumidor, que teve um pouco mais de cuidado na escolha do que oferece, para ter a certeza que não é uma prenda fútil mas sin presentes que sirvam e sejam úteis, podendo mesmo substituir um investimento que fariam fora deste período".

Os portugueses procuraram "um pouco menos os videojogos, por exemplo, embora eles ainda estejam muito fortes" diz.

A tendência é observada tanto nas pesquisas como nas vendas feitas no portal e é exemplificada com o líder das procuras: "O produto mais pesquisado neste momento é uma fritadeira, por exemplo. Há também muitas alisadoras", nota Pedro Pimenta, que sublinha no entanto que há diferenças estatísticas entre as pesquisas e as vendas do portal: "o que nós vendemos mais em marketplace são produtos de cosmética porque na parte eletrónica temos menos lojas". Por isso, para construir números, o portal usa mais os dados do comparador de preços que são mais representativos. "Estão lá as mil e trezentas lojas que temos neste momento", explica.

Promoções mais tímidas

Em contexto de inflação e perda de poder de compra o portal sediado na Maia constatou que neste período de Natal "a variação de preço que costuma haver neste período do ano não se sentiu tanto. Houve menos competição e mais uma vez isso tem a ver naturalmente também com a inflação", afirma Pedro Pimenta.

O que não significa uma desvalorização por parte dos vendedores: "Talvez o esforço até tenha sido maior da parte das lojas".

2022 acima de 2021

Os números preliminares do negócio do Kuantokusta ao longo do ano mostram uma "ligeira progressão" face a 2021, afirma Pedro Pimenta. Sem revelar números, o fundador do portal admite que a evolução não foi muito significativa "porque estamos a comparar com o ano de 2021 que ainda apanhou alguns períodos de pandemia, portanto o comércio online foi muito forte, mas mesmo assim o o último semestre teve um crescimento bastante acentuado e portanto para o comércio eletrónico não deixa de ser um ano bom".

A tendência "surpreendeu um bocadinho, porque no início do ano e depois do início da guerra na Ucrânia sentimos que houve um receio da parte dos consumidores, houve um travão em termos de compras". Isso foi particularmente visível na venda de televisões, que costuma ser mais forte no início do verão. "Nesses meses houve um abrandamento do consumo mas depois começou a recuperar a partir do mês de setembro", revela.

O KuantoKusta notou ainda outra alteração no comportamento dos compradores: "este final de ano teve muitas compras, mas sentimos também um aumento a nível da pesquisa. O consumidor está mais sensível à questão do preço e também à questão do stock", aponta. Esse problema, que teve origem na pandemia devido à quebra das cadeias logísticas e à falta de matérias-primas "tem vindo a acontecer desde há dois anos atrás foi ainda mais forte este ano", alerta. "As pessoas não só vêm à procura do preço mas também onde eles conseguem efetivamente encontrar o produto disponível neste momento".

O portal nota também outra alteração de tendência: em 2022, as vendas dos produtos de informática, sobretudo computadores - de secretária e portáteis – estão "muito mais fracas", porque em 2021 tinham tido uma procura anormalmente alta, por causa da pandemia: "há uma taxa de penetração nos lares muito forte" dessas categorias.
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