Notícia
UE estuda compras comuns de gás "a bom preço" para próximo inverno
Há duas semanas, a Comissão Europeia propôs a eliminação progressiva da dependência de combustíveis fósseis da Rússia antes de 2030, com aposta no GNL e nas energias renováveis.
23 de Março de 2022 às 13:24
A Comissão Europeia defendeu esta quarta-feira que parcerias da União Europeia (UE) com países terceiros podem fazer baixar os preços energéticos, estando disponível para avaliar aquisições comuns europeias de gás antes do próximo inverno, como aconteceu com vacinas anticovid-19.
"As parcerias da UE com países terceiros para aquisição coletiva de gás e hidrogénio podem melhorar a resiliência e fazer baixar os preços. A Comissão está pronta para criar uma 'task force' [grupo de trabalho] sobre compras comuns de gás a nível da UE", anuncia o executivo comunitário em informação à imprensa europeia.
No dia em que divulga um pacote de medidas sobre o setor energético, numa altura em que os preços da luz e do gás batem máximos também impulsionados pelas tensões da guerra da Ucrânia devido à invasão russa, Bruxelas explica que o objetivo deste grupo de trabalho seria "reunir a procura" e, assim, "facilitar e reforçar o alcance internacional da UE junto dos fornecedores para ajudar a garantir importações a bom preço antes do próximo inverno".
"A 'task force' seria apoiada por representantes dos Estados-membros num comité diretivo, [sendo que] uma equipa de negociação conjunta liderada pela Comissão realizaria conversações com os fornecedores de gás e prepararia também o terreno para futuras parcerias energéticas com fornecedores chave, olhando para além do GNL [gás natural liquefeito] e do gás", explica a instituição.
Tal iniciativa, já solicitada por alguns Estados-membros dada a atual crise energética, seria "inspirada pela experiência da pandemia de covid-19, quando a ação ao nível da UE foi crucial para garantir um fornecimento suficiente de vacinas para todos", destaca.
Vincando estar a "tomar medidas desde o verão passado para mitigar o impacto dos elevados preços da energia", a Comissão Europeia adianta que "não existe uma resposta única e fácil", nomeadamente relativamente à eletricidade, pelo que avaliará em maio como otimizar a conceção do mercado elétrico.
"É importante atacar as causas profundas dos atuais preços elevados da eletricidade, com uma ação coletiva europeia no mercado do gás", conclui Bruxelas.
A proposta surge numa altura de aceso confronto armado na Ucrânia provocado pela invasão russa, tensões geopolíticas essas que têm vindo a afetar o mercado energético europeu, já que a UE importa 90% do gás que consome, sendo a Rússia responsável por cerca de 45% dessas importações, em níveis variáveis entre os Estados-membros.
A Rússia é também responsável por cerca de 25% das importações de petróleo e 45% das importações de carvão da UE.
Há duas semanas, a Comissão Europeia propôs a eliminação progressiva da dependência de combustíveis fósseis da Rússia antes de 2030, com aposta no GNL e nas energias renováveis, estimando reduzir, até final do ano, dois terços de importações de gás russo.
Na altura, a Comissão Europeia avançou também com orientações aos Estados-membros para responder à escalada dos preços energéticos.
Na reunião informal dos líderes europeus em Versalhes, também há duas semanas, os chefes de Governo e de Estado da UE mandaram a Comissão de apresentar, até final de março, propostas para "garantir segurança do abastecimento e preços energéticos acessíveis no próximo inverno".
Esta quarta-feira, Bruxelas propôs a obrigação mínima de 80% de armazenamento de gás na UE para o próximo inverno, até início de novembro, para garantir fornecimento energético, percentagem que deverá chegar aos 90% nos anos seguintes.
"As parcerias da UE com países terceiros para aquisição coletiva de gás e hidrogénio podem melhorar a resiliência e fazer baixar os preços. A Comissão está pronta para criar uma 'task force' [grupo de trabalho] sobre compras comuns de gás a nível da UE", anuncia o executivo comunitário em informação à imprensa europeia.
"A 'task force' seria apoiada por representantes dos Estados-membros num comité diretivo, [sendo que] uma equipa de negociação conjunta liderada pela Comissão realizaria conversações com os fornecedores de gás e prepararia também o terreno para futuras parcerias energéticas com fornecedores chave, olhando para além do GNL [gás natural liquefeito] e do gás", explica a instituição.
Tal iniciativa, já solicitada por alguns Estados-membros dada a atual crise energética, seria "inspirada pela experiência da pandemia de covid-19, quando a ação ao nível da UE foi crucial para garantir um fornecimento suficiente de vacinas para todos", destaca.
Vincando estar a "tomar medidas desde o verão passado para mitigar o impacto dos elevados preços da energia", a Comissão Europeia adianta que "não existe uma resposta única e fácil", nomeadamente relativamente à eletricidade, pelo que avaliará em maio como otimizar a conceção do mercado elétrico.
"É importante atacar as causas profundas dos atuais preços elevados da eletricidade, com uma ação coletiva europeia no mercado do gás", conclui Bruxelas.
A proposta surge numa altura de aceso confronto armado na Ucrânia provocado pela invasão russa, tensões geopolíticas essas que têm vindo a afetar o mercado energético europeu, já que a UE importa 90% do gás que consome, sendo a Rússia responsável por cerca de 45% dessas importações, em níveis variáveis entre os Estados-membros.
A Rússia é também responsável por cerca de 25% das importações de petróleo e 45% das importações de carvão da UE.
Há duas semanas, a Comissão Europeia propôs a eliminação progressiva da dependência de combustíveis fósseis da Rússia antes de 2030, com aposta no GNL e nas energias renováveis, estimando reduzir, até final do ano, dois terços de importações de gás russo.
Na altura, a Comissão Europeia avançou também com orientações aos Estados-membros para responder à escalada dos preços energéticos.
Na reunião informal dos líderes europeus em Versalhes, também há duas semanas, os chefes de Governo e de Estado da UE mandaram a Comissão de apresentar, até final de março, propostas para "garantir segurança do abastecimento e preços energéticos acessíveis no próximo inverno".
Esta quarta-feira, Bruxelas propôs a obrigação mínima de 80% de armazenamento de gás na UE para o próximo inverno, até início de novembro, para garantir fornecimento energético, percentagem que deverá chegar aos 90% nos anos seguintes.