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Contratos para compra comum de gás para UE devem ser assinados em junho
Bruxelas pretende lançar um concurso, devendo assinar os primeiros contratos com os fornecedores – desde os EUA ao Médio Oriente e África – por volta de junho, revelou o vice-presidente da Comissão Europeia, Maros Sefcovic.
O plano de compras comuns de gás na União Europeia (UE) está a acelerar. No próximo dia 15 de março a UE vai abrir o registo numa plataforma de energia, para que as empresas compradoras que queiram participar neste plano se registem de forma a agregar a procura. Dias depois serão chamados os principais compradores.
Mais tarde, em abril, Bruxelas pretende lançar um concurso, devendo assinar os primeiros contratos com os fornecedores – desde os EUA ao Médio Oriente e África – por volta de junho, revelou o vice-presidente da Comissão Europeia, Maros Sefcovic (na foto), citado pela Bloomberg.
"Em abril pretendemos abrir o separador da plataforma, onde as empresas apresentam formalmente quanto gás vão querer comprar na primeira licitação", explicou Maros Sefcovic. "A grande vantagem é estar a abrir um grande mercado para pequenas e médias empresa que, de outro modo, não conseguiriam comprar parte do gás natural liquefeito ou entrar em contacto com grandes empresas de energia", acrescentou.
Já do lado da oferta há mais de 50 empresas interessadas em todo o mundo em fornecer gás, recorrendo a este método, segundo o membro da Comissão Europeia. Depois da primeira licitação, a UE vai organizar mais compras conjuntas para satisfazer as necessidades dos 27 estados-membros.
Apesar de o armazenamento de gás do bloco estar ainda a 61% da capacidade, devido às temperaturas amenas deste inverno, o foco é o futuro. "O que é cada vez mais importante é lidar com os preços. Não podemos alimentar a nossa economia com um diferencial nos preços tão grande face aos EUA ou à China", rematou o vice-presidente da Comissão Europeia.
A Comissão Europeia propôs, em 2021 – ainda antes da escalada dos preços provocada pela guerra – um sistema para que os países do bloco adquirissem em conjunto reservas estratégicas de gás que, alguns membros, como Espanha, pediram como forma de proteção contra eventuais disrupções no abastecimento. A guerra fez crescer os receios de choques na cadeia de fornecimento, já que a Rússia fornecia 40% do gás da União Europeia.
A invasão da Ucrânia pela Rússia, o principal fornecedor de gás à Europa, fez o preço da energia disparar para máximos e colocou ao bloco a missão de cortar no gás vindo da Rússia, o que implica um forte incremento das importações de outros fornecedores, como o Qatar ou os Estados Unidos.