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Starbucks na mira das autoridades por suspeita de fuga ao Fisco na Europa

Há vários anos que a empresa anuncia prejuízos nos seus principais mercados europeus, apesar de registar centenas de milhões de dólares de vendas anuais. As autoridades da União Europeia já abriram uma investigação às suas práticas fiscais.

Negócios 07 de Abril de 2015 às 13:43
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A Starbucks, a maior rede de cafetarias do mundo, está a aumentar as suspeitas entre reguladores e governos europeus acerca das suas práticas fiscais, escreve esta terça-feira, 7 de Abril, o The Wall Street Journal. Isto porque há vários anos que a empresa anuncia prejuízos nos seus principais mercados europeus, apesar de registar centenas de milhões de dólares de vendas anuais.

 

No ano passado, os reguladores da União Europeia abriram uma investigação formal à empresa e descobriram que, em 2014, a Starbucks registou um resultado líquido de 407 milhões de euros, apresentado pela sua sede europeia, em Amesterdão. A partir dessa altura, a empresa mudou a sua sede para Londres.  

 

A investigação das autoridades chegou também a uma explicação para os lucros inesperados: 502 milhões de francos suíços (cerca de 479,4 milhões de euros) em dividendos transferidos da unidade suíça da empresa, que tem menos de 40 empregados.

 

A empresa está sob o escrutínio das autoridades europeias pela segunda vez em dois anos e a responsável pela concorrência na União Europeia, Margrethe Vestager, já prometeu anunciar os resultados da investigação à empresa até Junho.

 

A Starbucks tem insistido que a sua complexa estrutura europeia – que até recentemente estava centrada na Holanda e não no Reino Unido – não foi desenhada para fugir ao pagamento de impostos. Segundo a empresa, a estrutura foi projectada em torno da sua casa de torrefação de café com sede em Amesterdão, reflectindo a longa tradição e ligação daquela cidade com o café.

 

Todo o café que a Starbucks utiliza é comprado pela unidade suíça da empresa, apesar de o café nunca passar realmente pela Suíça. Em seguida, é vendido para as operações da Starbucks em todo o mundo a um preço 20% superior, contou o ex-director financeiro da companhia, Troy Alstead, aos legisladores britânicos em 2012, quando a Starbucks se viu no centro de uma controvérsia sobre fuga aos impostos.

 

De acordo com o The Wall Street Journal, isso significa que a unidade suíça aumenta os custos do café comprado pelas lojas Starbucks em todo o mundo, reduzindo os seus lucros.  

 

A Starbucks explicou que "os lucros gerados pelas [suas] empresas são periodicamente pagos como dividendos", e que isso segue as diretrizes internacionais em termos de cobrança de taxas entre as unidades de negócio em diferentes países.

 

No mesmo dia em que os dividendos suíços chegaram a Amesterdão, em Outubro passado, a Starbucks transferiu grande parte deles para uma nova holding no Reino Unido – uma de três entidades britânicas que criou desde Junho. 

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