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Sonae quer vender outros hipermercados em São Paulo

A Sonae Distribuição Brasil (SDB), participada da Modelo Continente, que vendeu as 10 lojas que operava na Grande Metrópole de S. Paulo ao Carrefour, admite que os restantes sete hipermercados no interior daquele estado são «activos não estratégicos» para

14 de Junho de 2005 às 15:25
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A Sonae Distribuição Brasil (SDB), participada da Modelo Continente, que vendeu as 10 lojas que operava na Grande Metrópole de S. Paulo ao Carrefour, admite que os restantes sete hipermercados no interior daquele estado são «activos não estratégicos» para o grupo, disse ao Jornal de Negócios, Sérgio Maia, presidente da SDB.

Por isso, o grupo equaciona vendê-los. Nesta fase, que durou cerca de dois anos de negociações, o grupo português vendeu os hipermercados que tinha na cidade de São Paulo e arredores por de 317 milhões de reais (105 milhões de euros). Mas o grupo já admitiu que queria sair daquele estado para focar os negócios no sul do Brasil, onde lidera o mercado retalhista.

 «A nossa quota em São Paulo era muito baixo, só de 3% e esse foi o grande motivo para a venda», explicou Sérgio Maia.

A rede não conseguiu ter «escala» para realizar avultados investimentos publicitários necessários para concorrer neste estado onde as redes do Pão de Açúcar e Carrefour lutam pelo mercado.

Mas no interior de São Paulo, onde o grupo detém hoje, oito hipermercados, mas vai encerrar um, foi mantida a rede no grupo Sonae sob a marca BIG. Aqui «a questão do ambiente competitivo é bem mais favorável para nós do que na capital. Aqui os concorrentes são ‘players’ locais». Estes estabelecimentos também «têm crescido a taxas interessantes entre 20 a 30%», destaca a mesma fonte.

Todavia, o grupo mantém a estratégia de que estes activos não são estratégicos e são, por isso, activos alienáveis, referiu Sérgio Maia.

Esta venda em São Paulo, anunciada na quinta-feira passada, faz parte de um movimento que Sérgio Maia acredita que seja de consolidação das redes em São Paulo e Rio de Janeiro para conseguirem ganhar quota e a liderança.

 Por agora, o foco da Sonae nesta área será os estados do Sul do Brasil, como o Rio Grande do Sul, Paraná (onde detêm a liderança) e Santa Catarina, onde ocupa o segundo lugar no «ranking».

Abrir cinco unidades por ano

O objectivo da Sonae Distribuição no Brasil é «criar uma empresa de retalho de ambição regional focada no sul do Brasil que seja capaz de agregar valor ao accionista e promover a rentabilidade».

Nesse sentido, o grupo definiu que o «’cash flow’ é o limite para investimentos no Brasil. Tanto que desde 2003 que a casa-mãe portuguesa já não envia mais recursos para o desenvolvimento da actividade brasileira. Mas por agora também não vai receber dividendos deste negócio, porque será reinvestido na actividade.

No total, a rede vai investir cerca de 120 milhões de reais (40 milhões de euros) em novas unidades, o que dá para cerca de cinco estabelecimentos de grande porte, destacou Sérgio Maia. Cerca de 30 milhões de reais (10 milhões de euros) serão utilizadas na remodelação e reestruturação das actuais lojas no Brasil que ascendem a cerca de 150.

Para este ano, estão a começar as obras para um hipermercado em Florianópolis, estado de Santa Catarina, dois projectos em Porto Alegre e vai iniciar as obras de dois supermercados, também no Rio Grande do Sul.

A Sonae Distribuição já está, no entanto, a «desenvolver a nossa carteira de terrenos para facilitar o processo de expansão em 2006», realçou o presidente.

O Brasil representa hoje, com a queda do euro, 20% do total da Modelo Continente, mas chegou a representar 50%, níveis que Sérgio Maia acredita que possam voltar a acontecer. A velocidade do crescimento é maior no Brasil do que em Portugal, referiu.

Apesar das vendas das 10 lojas em São Paulo, Sérgio Maia entende que as receitas este ano devem aumentar face a 2004, quando a empresa facturou 4,3 mil milhões de reais (1,451 mil milhões de euros).

*Correspondente em São Paulo

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