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Sonae Distribuição passa a deter 30% do mercado após fusão com Carrefour

A Sonae distribuição vai passar a agregar 30% de quota do mercado retalhista nacional, caso a compra do Carrefour Portugal, e posterior fusão, hoje formalmente anunciadas, vier a ser aprovada pela Autoridade da Concorrência (AdC), anunciou hoje Nuno Jordã

27 de Julho de 2007 às 14:25
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A Sonae distribuição vai passar a agregar 30% de quota do mercado retalhista nacional, caso a compra do Carrefour Portugal, e posterior fusão, hoje formalmente anunciadas, vier a ser aprovada pela Autoridade da Concorrência (AdC), anunciou hoje Nuno Jordão.

Em conferência de imprensa realizada hoje em Lisboa para explicar o negócio da compra de 99,86% do capital da Carrefour Portugal - Sociedade de Exploração de Centros Comerciais, o presidente executivo da Sonae Distribuição explicou que com a operação "em termos estáticos", sem contar efeitos dos projectos de expansão previstos, a quota resultante evolui de 25% para 29,6%.

A Sonae Distribuição, líder no mercado português de retalho,  realizou em 2006 uma facturação consolidada de 3,1 mil milhões de euros, com 480 lojas e 543.000 metros quadrados de área de venda em todo o país.

A participada do grupo Sonae para a área de distribuição obteve no mesmo ano 2,2 mil milhões de euros através do negócio do retalho alimentar, com 124 lojas (hipermercados Continente, mini-hipers Modelo e supermercados Modelo Bonjour), e 349 mil metros quadrados de área. Neste segmento, avançou hoje a Sonae na apresentação, a sua quota actual é de 70%.

Já através do negócio de retalho não alimentar, o volume de negócios obtido pela Sonae Distribuição em 2006 foi de 900 milhões de euros, com 194 mil metros quadrados de área de venda, distribuída por 356 lojas - Worten e Worten Mobile (electrodomésticos e telemóveis), Modalfa (vestuário), Vobis (electrónica e informática de consumo), Sport Zone (artigos desportivos), Maxmat e MaxGarden (bricolage, decoração e jardim), Área Saúde (medicamentos não sujeitos a receita médica) e Star (agências de viagens). No conjunto do retalho de base não alimentar, a Sonae reivindica uma quota de 30%.

 

Primeiro do "ranking" compra sétimo

Só no segmento alimentar, a operação representa, explicou o mesmo responsável, a compra do sétimo maior operador em Portugal pelo primeiro. Na classificação da Sonae, que agrega os dados em vendas líquidas de várias fontes, a Jerónimo Martins qualifica-se em segundo lugar do "ranking", com 1,6 mil milhões de euros (sem ao retalho na Polónia, a actividade grossista em Portugal, a indústria, representações e marketing).

A ITM/Os Mosqueteiros surge em terceiro lugar com 1,37 mil milhões de euros, a rede "discount" Lidl em quarto lugar, com 989 milhões de euros, o grupo Auchan (Jumbo e Pão de Açúcar) em quinto lugar com 987 milhões de euros, e em sexto lugar a rede Minipreço com 616 milhões de euros (a própria companhia reivindica contudo vendas líquidas de 665 milhões de euros).   

O  Carrefour Portugal significará, tendo por base o exercício de 2006, um volume de negócios de 442 milhões de euros realizados pelos 12 hipermercados que o grupo francês opera actualmente no território e mais 88 milhões de euros decorrentes da actividade dos oito postos de combustíveis que a marca francesa detém.

De fora da operação hoje anunciada fica a rede de "discount" Minipreço, igualmente detida pelo grupo Carrefour, que não foi proposta para venda, afirmou hoje Nuno Jordão.

A apresentação hoje feita por Nuno Jordão serviu sobretudo para sustentar a posição da administração da distribuidora que o mercado português é muito "competitivo e dinâmico". Para exemplificar defendeu que a Sonae Distribuição é, hoje, "1,3 vezes mais pequeno que a concorrente nacional mais próxima - a JMR, uma parceria com a Ahold".

Na apresentação de hoje a Sonae atribui à JMR uma facturação de 4,4 mil milhões de euros. No entanto este é o valor consolidado total das várias áreas de negócio do grupo JM em Portugal e na Polónia, e não só o retalho alimentar, essencialmente concentrado nas insígnias Feira Nova e Pingo Doce, que representa cerca de 40% daquele valor.  

Nuno Jordão demonstrou "muito optimismo" que o negócio seja aprovado pela Autoridade da Concorrência, que "não decorre de uma análise ligeira", mas de muito "trabalho de casa" feito previamente, quer ao nível nacional como local. A AdC, que o administrador qualificou de "muito competente e isenta", terá assim em breve "muita informação" logo que a Sonae a notifique da operação de compra, o que deverá ocorrer "dentro de dias", afirmou.     

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