O CEO da Portugal Telecom diz que se a Telefónica, o maior accionista da operadora, sair do capital da PT, "não vai ser nenhuma tragédia para a PT". Henrique Granadeiro afirma que a sua empresa "não depende de ninguém para definir a sua própria estratégia".

Numa entrevista dirigida aos colaboradores, o presidente da Portugal Telecom (PT) [PTC] afirma a Telefónica, ao ter anunciado a intenção de desblindar os estatutos da PT na OPA da Sonaecom, "ficou desalinhada daquilo que foram dez anos de parceria estratégica".

Sobre o futuro, reitera que dará "um tempo à Telefónica para que se pronuncie sobre essa sua opção de ruptura, em vez de uma opção de alinhamento que seria a opção natural. Se a Telefónica não reagir a tempo, tomarei as medidas que entender apropriadas para o esclarecimento dessa situação", sem especificar quais.

"Comigo as situações não apodrecem, mas também não vai haver da minha parte nenhuma precipitação nem nenhum passo em falso, nessa direcção", reforça o CEO.

A Telefónica é actualmente o maior accionista da PT, onde controla 9,96% do capital.

"Se sair a Telefónica do capital da PT, não vai ser nenhuma tragédia para a PT. Há formas de responder a esse problema e essas soluções encontrar-se-ão no momento próprio e da forma que melhor se enquadrem na visão estratégica para a PT".

Segundo a mesma fonte, "a PT não depende de ninguém para definir a sua própria estratégia".

Henrique Granadeiro recorda que vai usar o seu programa de compra de acções próprias, para fazer um "re-alinhamento da nossa estrutura accionista, privilegiando os accionistas de longo prazo contra os accionistas de curto prazo e de rentabilidade imediata".