Esta demolição corresponde a um compromisso eleitoral do actual presidente da Câmara do Porto, assumido na campanha eleitoral de 2009, que visa transformar este degradado bairro social em condomínios de luxo. A data da implosão foi, aliás, escolhida para coincidir com os 10 anos da primeira vitória eleitoral de Rui Rio.

A operação de implosão da torre 5, que já está devoluta há algumas semanas, vai demorar entre cinco e dez segundos, estando previsto que ocorra entre as 10h30 e as 12h30 da próxima sexta-feira.

Estarão no terreno entre 250 a 300 elementos das várias entidades envolvidas, 120 dos quais da PSP, numa operação na qual serão utilizadas 550 cargas explosivas no interior do edifício (aplicadas nos três primeiros pisos e no oitavo) e 25 quilos de explosivos distribuídos pelos dez tanques de água instalados em torno da estrutura e destinados a absorver poeiras e detritos resultantes da implosão. No total, serão utilizados 150 quilos de diversos tipos de material explosivo.

Há quase 21 anos que o Porto não é palco de uma destruição deste género. A última implosão na cidade ocorreu a 13 de Janeiro de 1991, quando foi demolida a Garagem Guerin (de quatro andares), na Avenida da Boavista, onde opera actualmente um balcão do BPI.

Quando as cinco torres do Aleixo - bairro situado em Lordelo do Ouro, sobranceiro à marginal do rio – desaparecerem do mapa, nesses terrenos deverão ser construídos condomínios de luxo, através de um fundo imobiliário criado para o efeito.

Este fundo, denominado Invesurb, é detido em 23% por Vítor Raposo, empresário que está a ser investigado por suspeita de burla, branqueamento de capitais e outros ilícitos, em processos que envolvem o ex-deputado do PSD Duarte Lima.