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Restrições no aeroporto da Portela estrangulam procura turística

O aeroporto de Lisboa, com os constrangimentos actuais, é «um factor de estrangulamento da procura turística», afirmou hoje o presidente da ANA – Aeroportos de Portugal, Guilhermino Rodrigues.

18 de Maio de 2006 às 18:09
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O aeroporto de Lisboa, com os constrangimentos actuais, é «um factor de estrangulamento da procura turística», afirmou hoje o presidente da ANA – Aeroportos de Portugal, Guilhermino Rodrigues.

A ANA apresentou hoje um plano de contingência para responder ao aumento da procura esperado no Verão para a Portela que irá funcionar no limite da sua capacidade, adiantaram os responsáveis da empresa.

Segundo dados avançados pela ANA, há cerca de 1800 pedidos de «slot» (vagas para movimento de aviões) sem resposta para voos no Verão IATA, entre Abril e Outubro, que muito provavelmente serão recusados. Em causa estão cerca de mil voos que poderão representar em termos médios cerca de 150 mil passageiros, com origem e destino em Lisboa.

O presidente da ANA acredita que os operadores turísticos, sabendo destas restrições do aeroporto, limitam as ofertas para Lisboa, pelo que realça, «reprimem a procura turística».

Tráfego cresce o dobro do previsto

O número de passageiros na Portela até à presente data cresceu 9,4%, que corresponde ao dobro do previsto pela ANA para 2006. No mesmo período, o número de movimentos de aeronaves (descolagens e chegadas) aumentou 6,2%.

Para responder ao aumento da procura, e enquanto não é possível beneficiar das obras de expansão de capacidade no aeroporto de Lisboa, a ANA colocou já em marcha um plano de contingência que passa por dois eixos principais.

Do lado do terminal, foi centralizado o dispositivo de Raio X, para controlo de passageiros e bagagem de mão, uma medida que visa melhorar significativamente o processamento de segurança, bem como tornar mais eficiente a transferência de passageiros em terminal.

Do lado das pistas, e apesar de um aumento de capacidade já concretizado de 34 para 36 movimentos, a ANA vai proibir o estacionamento de aeronaves superior a 24 horas, sempre que seja necessário optimizar a circulação e a rotação de aeronaves com «slots» aprovados, sobretudo nas horas de ponta (entre as seis e as nove da manhã, entre as 12 e as 16 horas e entre as 18 e as 21 horas)

Esta medida, que visa ainda minimizar o efeito da falta de posições de estacionamento, vai sobretudo penalizar, reconhecem os responsáveis da ANA, as companhias baseadas na Portela, ou seja, a TAP e a Portugália que terão de estacionar mais aviões em outros aeroportos.

Aliás, a TAP e a Portugália, as duas companhias que mais aumentaram a sua oferta a partir do aeroporto de Lisboa são também as mais penalizadas com a recusa de "slots. A TAP 411 em lista de espera e PGA tem 231.

ANA admite congestionamentos

Apesar das medidas de contingência, a ANA admite atrasos e congestionamentos nas operação durante o Verão porque há sempre factores de carácter aleatório que vão causar irregularidades na operação. Nessa medida, apela também aos passageiros para que usem o «tele chek in» e a Internet e para que compareçam com tempo no aeroporto.

O aumento da capacidade das companhias baseadas na Portela, com mais tráfego de transferência e aviões de maior dimensão, e o crescimento exponencial do tráfego das "low-cost" (companhias de baixo custo), são os dois factores que fazem do aeroporto de Lisboa um dos que mais tem crescido na Europa.

As «low-cost» representam actualmente 5% do tráfego na Portela e registaram um crescimento de 142% nos primeiro quatro meses do ano. No entanto, não são as empresas de baixo custo que mais contribuem para congestionar o aeroporto, na medida em que em regra não operam nas horas de maior procura.

A ANA tem em curso um plano de expansão do aeroporto da Portela que prevê o aumento dos movimentos de aeronaves por hora e a instalação de mais mangas, mas só ficará totalmente operacional em 2009. A primeira componente deste plano, ao nível do sistema de processamento de bagagens, deverá estar pronta no próximo ano.

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