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Representante do Estado na administração da Fundação Coleção Berardo demite-se
Há uma baixa na administração da fundação Coleção Berardo. O representante do Estado neste órgão sai em discórdia com o fiel depositário nomeado no âmbito do processo de arresto das obras interposto por vários bancos.
João Neves, que foi nomeado pelo Estado como administrador na Fundação de Arte Moderna e Contemporânea – Coleção Berardo (FAMC), demitiu-se do cargo, avança o Jornal Económico. De acordo com a publicação, o motivo prende-se com a nomeação do fiel depositário no processo de guarda do arresto das cerca das 1.000 obras de arte José Berardo.
O administrador demissionário foi nomeado como administrador pelo anterior ministro da Cultura, Castro Menezes, e apresentou a sua demissão na passada quinta-feira, 12 de setembro. João Neves era um dos dois representantes do Estado na administração da fundação.
Contactado pelo Jornal Económico, João Neves confirmou o pedido de demissão, o qual justificou com "motivos pessoais". Contudo, o Jornal Económico garante que em causa estará nomeação do fiel depositário das obras no âmbito do arresto das obras do CCB, concluído em agosto, na sequência do processo judicial interposto pelo Novo Banco, CGD e BCP, para recuperar uma dívida superior a 962 milhões de euros.
A decisão judicial apontava para que a nomeação do fiel depositário fosse tomada pela Fundação de Arte Moderna e Contemporânea – Coleção Berardo e pelo Ministério da Cultura. Contudo, a decisão terá vindo unicamente da parte da tutela, que nomeou o administrador da Fundação de Arte Moderna e Contemporânea-Coleção Berardo, e presidente do CCB, Elísio Summavielle [que também foi nomeado pelo Estado administrador desta]. Um nome que nem terá constado da discussão na última reunião do conselho de administração da Fundação Coleção Berardo, realizada no início de setembro. Isto, porque o nome de Elísio Summavielle não chegou a colher o acordo das partes definidas pelo tribunal, adianta a mesma fonte ao jornal.