A Renault Portugal está a negociar a saída de 20 dos seus 162 colaboradores da área administrativa, mas um porta-voz da empresa garante que não estão previstas outras rescisões.

A filial portuguesa do grupo francês vai fazer rescisões amigáveis com 20 colaboradores, para que saiam da empresa até ao final de 2008, com indemnizações que variam entre 1,6 e dois salários por cada ano de trabalho.

"É um processo de ‘standardização’ das filiais europeias. A ideia é estabilizar a organização. Não há mais nada a seguir", explicou o director de comunicação da Renault Portugal, Ricardo Oliveira, em declarações ao Jornal de Negócios Online.

A comissão de trabalhadores da Renault está preocupada com este processo e teme um despedimento colectivo. "Chamam-nos e dizem que têm uma proposta. Se não aceitarmos avançam com procedimentos legais", disse José Martinez, citado pela Agência Financeira. A Renault Portugal salienta, por seu lado, que as rescisões estão a ser conduzidas de um modo amigável e com propostas de indemnização acima do mínimo legal, que é de um salário por ano de antiguidade.

Uma grande parte das rescisões diz respeito a trabalhadores em situação de pré-reforma. Os despedimentos prendem-se com um entendimento da casa-mãe de que "as estruturas têm de ser mais ágeis, mais leves", conforme explicou Ricardo Oliveira. As rescisões traduzem-se no corte de cerca de 10% do quadro de funcionários da Renault Portugal, sem contar com a fábrica de caixas de velocidade de Aveiro, que não é afectada.

Além de 162 trabalhadores na parte administrativa, a Renault tem em Portugal outros 40 afectos a um armazém de peças. Na fábrica da CACIA – Companhia Aveirense de Componentes para a Indústria Automóvel trabalham mais de um milhar de colaboradores. No total a Renault emprega em Portugal 1.400 pessoas.