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Registadoras vendem-se como "pãezinhos quentes"

Obrigação legal levou a uma procura acrescida dos equipamentos e isso ajudou a melhorar o ano das fabricantes de máquinas registadoras.

Bruno Simão/Negócios
30 de Abril de 2013 às 00:01
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Os comerciantes foram obrigados a investir em novas registadoras e quem ficou a ganhar foram os fabricantes e distribuidores. A quebra de consumo, em geral, foi compensada com o aumento da procura destes equipamentos, para cumprir com as exigências legais. O balanço dos fornecedores de máquinas registadoras e POS, pouco mais de um ano depois, é positivo.

Os portugueses deixam quase sempre tudo para o último dia e neste caso não foi diferente. Os comerciantes esperaram até ao limite para compreender ao certo se tinham ou não que adquirir novos equipamentos, para cumprir as novas regras de facturação. Para atrapalhar ainda o processo, o Governo alterou as regras fazendo aumentar o número de comerciantes que precisavam de alterar a sua forma de facturação. Estas foram as receitas perfeitas para que a procura por registadoras fosse superior ao "stock".

As fabricantes e distribuidoras não tiveram mãos a medir para responder às solicitações. "Os equipamentos do tipo ‘POS’ obtiveram um crescimento considerável, principalmente a venda de máquinas registadoras (com campos programáveis) que obtiveram um crescimento ainda superior", explicou ao Negócios, Luís Marçal, "category manager" da Staples.

Para a Toshiba Tec, "2012 foi o nosso melhor ano de sempre, tanto a nível de número de máquinas vendidas como em volume de vendas". O gestor de produto da Toshiba Tec acrescentou que a empresa "aproveitou esta oportunidade para consolidar a sua posição, sem euforias". Sem detalhar valores absolutos, Nuno Cazeiro referiu que, 2012, "foi um ano de grande crescimento em volume de máquinas vendidas, mas também de redução significativa do preço médio de venda, com a consequente degradação da margem. Mantivemos os mesmos parceiros, protegendo a sua posição, mas mesmo assim conseguimos um incremento de mais de 100% em 2013".

Na Staples, "de forma genérica, podemos dizer que obtivemos algumas rupturas de ‘POS’ no inicio do ano. Neste momento, o ‘stock’ está completamente regularizado, existindo ‘stock’ para entrega de diversos artigos e registadoras", garantiu Luís Marçal.

Quanto ao cliente tipo, o gestor da Staples, detalhou que "na sua maioria foram pequenos comércios com facturação anual abaixo dos 100.000 euros". Recorde-se que com as novas regras, comerciantes que facturassem menos de 100 mil euros, também foram obrigados a mudar os seus equipamentos.

No que concerne ao tipo de máquina, a Staples a procura incidiu quer nos POS que rondam os 700 a 1000 euros, como nas registadoras que custam a partir de 300 euros. Já a Toshiba Tec tem apostando em equipamentos que rondam os 1.400 e os 2000 euros.

 

Sem tolerância: Governo ameaçou com fiscalização

Alguns comerciantes não conseguiram adquirir as máquinas, por ruptura de "stocks" de alguns comerciantes e distribuidores. Mas, desde o primeiro dia (1 de Janeiro de 2013), o Ministério das Finanças garantiu que o cumprimento do novo regime de facturação electrónica não terá excepções.

 

A fiscalização está a ser feita por equipas especiais da Autoridade Tributária, mas até agora não se conhece qual o volume de multas já aplicadas desde o início do ano, mas a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares (AHRESP) diz ter já conhecimento de contra-ordenações, por falta de sistema de facturação electrónico exigido por lei. As coimas aplicadas a estes comerciantes foram de pelo menos 3.750 euros, de acordo com mesma associação. Desde 1 de Janeiro, os comerciantes estão obrigadas a transmitir electronicamente os elementos relevantes das facturas.

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