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Finpro: Quis a Bolsa de Londres e a portuguesa ANA

A actividade da Finpro atingiu o pico nos anos de 2006 e 2007, quando realizou as suas três maiores aquisições internacionais. Mas este foi também um período marcado por uma série de operações falhadas e tentativas goradas.

Reuters
28 de Novembro de 2015 às 10:15
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Em Janeiro de 2006, a Finpro discutiu o "Project Creation", que visava a aquisição da Bolsa de Londres (LSE). A OPA hostil tinha sido lançada, no mês anterior, pela MLX, que era detida em 67% pela Macquarie Financial Infraestructure Fund (MFIF), 18% pela Macquarie Capital Alliance Group e em 15% pela participada espanhola (Finpro Inversiones) da Finpro.

 

O "Project Creation" era o nome dado a esta operação da Finpro, que previa um investimento inicial de 59 milhões de libras (cerca de 73 milhões de euros, à data). O veículo criado para o efeito tinha como accionistas a própria Finpro (40%), a Rentipar (de Horácio Roque), a Amorim Desenvolvimento e o Fundo da Segurança Social (FEFSS), cada um com 20%.

 

Mas o negócio acabou por morrer cedo, logo no mês seguinte. O consórcio comprador não conseguiu chegar a acordo com os investidores do maior mercado accionista da Europa, que considerou "baixa" a oferta de 1,5 mil milhões de libras.

 

Outras quatro oportunidades foram estudadas pela Finpro durante o ano de 2006 – uma em Portugal, duas em Espanha e outra no Reino Unido, nas áreas do biodiesel, serviços de transporte e papel. Realizados três processos de "due diligence", a sociedade portuguesa viria a adquirir, no mês de Maio, uma participação de 8,7% na espanhola BeCCo Fuels.

 

Mas no decorrer do processo de análise à participada, já depois da aquisição, a Finpro conclui que "não estavam assegurados os habituais mecanismos de controlo a que devem obedecer os investimentos em que participa", pelo que decidiu, cinco meses após a compra, alienar a sua posição accionista pelo valor da aquisição.

 

Por essa altura, a Finpro começou a negociar o projecto de exploração de auto-estradas nos Estados Unidos, que seria feito através de um consórcio com outros investidores institucionais, onde pontuava, mais uma vez, a Macquarie. A Finpro participaria com um terço no investimento inicial de 700 milhões de euros, e venderia dois terços desta participação à Rentipar, à Amorim Desenvolvimento e ao FEFSS. A operação, cuja finalização estava prevista para o primeiro trimestre de 2007, não se concretizou.

 

Também se mostrou interessada em concorrer à privatização da ANA – Aeroportos de Portugal, em consórcio com a sua habitual parceira Macquarie, mas o projecto acabou por borregar.

 

Março de 2008, meia dúzia de meses antes do rebentar da crise económico-financeira mundial: aliada aos franceses do grupo Veolia, a Finpro entra na corrida à aquisição da Aquapor, participada do grupo Águas de Portugal, no âmbito de um concurso que viria a ser ganho pelo consórcio DST/ABB. Desde então nunca mais se viu a Finpro envolvida em qualquer novo negócio. Até que faliu.

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