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“Queremos angariar até 1.000 milhões de dólares nos próximos cinco anos ”

A Gartmore entra no retalho com objectivos ambiciosos. Victoria Huerta explica, em entrevista ao Jornal de Negócios, porque se acha capaz de os cumprir.

19 de Julho de 2007 às 10:00
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A Gartmore entra no retalho com objectivos ambiciosos. Victoria Huerta explica, em entrevista ao Jornal de Negócios, porque se acha capaz de os cumprir.

Qual é o objectivo para o mercado português?

Dada a força de distribuição que a Gartmore desenvolveu nos últimos seis anos na Europa Continental, acreditamos que o mercado português pode melhorar o nosso canal de distribuição. Tomando como exemplo os 40 mil milhões de euros sob gestão nos esquemas de investimento colectivo no país, o nosso objectivo é, nos próximos três, cinco anos, angariar activos, através do nosso principal distribuidor, até mil milhões de dólares. É o nosso objectivo e acho que é possível, dada  a actual abertura dos gestores de fundos de fundos a produtos de terceiros.

Este  valor inclui retalho e institucionais?

Gostaria de alcançar esse valor só no retalho. Talvez os objectivos sejam demasiado ambiciosos...

É a vossa estreia em Portugal?

Estamos no mercado português há cerca de dois anos e meio, mas temo-nos focado no segmento institucional do mercado. Temos trabalhado com algumas das fundações portuguesas, com fundos de fundos e "family offices". Mas agora, com a criação da nossa SICAV, queremos atacar o mercado de retalho.

A vossa parceria com o Best é exclusiva?

Não. A Gartmore não assina contratos de exclusividade em nenhuma parte do mundo. Trabalhamos com muitos distribuidores, que são muito importantes para nós.

Mas vão falar com outros em Portugal?

Depende do que eles ponham em cima da mesa de negociações. Queremos assinar mais acordos, mas actualmente o nosso enfoque é melhorar a relação com o banco Best.

Porque é que Portugal é o último país onde entram na Europa do Sul?

O nosso escritório em Madrid abriu apenas no final de 2002 e os nossos recursos são limitados para cobrir tantos mercados. Portanto, tivemos de nos focar em alcançar os mercados onde acreditávamos existir forte potencial de negócio. Daí termo-nos concentrado, nos primeiros anos, no mercado latino americano. Até porque, na altura da abertura do escritório em Madrid, viveu-se uma altura difícil nas bolsas, consequência do "crash" bolsista. E nesses anos só se via desinvestimento em fundos de acções, os quais representam 80% dos activos geridos na Gartmore. Portanto, tivemos de diversificar e encontrar mercados onde pudéssemos angariar capital para os nossos fundos.

O que lhe agrada mais em Portugal?

Além de Lisboa, do sol, do vinho verde e do bacalhau?... (risos) O que eu gosto do mercado português é da sofisticação dos investidores profissionais, com quem tenho lidado. Têm fortes conhecimentos nos mercados, nos activos, na indústria e isso torna tudo mais fácil quando tenho de fazer uma proposta de negócio.

Que pensa da pouca abertura dos bancos a retalho aos gestores exteriores?

Da experiência que tenho no resto da Europa, os maiores bancos tentam posicionar os seus produtos para os vender aos seus clientes. A razão é lógica: mais receitas. No entanto, nos últimos quatro, cinco anos, muitos desses bancos aperceberam-se que não têm os conhecimentos e o alcance para cobrir todas as classes de activos. Portanto já se mentalizaram que, para gerar retorno para os seus investidores, têm de olhar muitas vezes para o mercado. Onde eles podem realmente acrescentar valor é na escolha de parceiros que tenham experiência forte nas várias categorias.

Acha que os investidores estão mais inteligentes na escolha de produtos?

Acho que sim. Os investidores a retalho estiveram mais orientados para investimentos que tivessem benefícios fiscais do que para produtos que tivessem uma melhor performance. Mas houve uma evolução e agora a ideia é de que os produtos que aumentam capital são melhores.

Vão comercializar os vossos "hedge funds" em Portugal?

Isso vai depender da evolução da lei. Se pudermos distribuir estes produtos, vamos. Se não, vamos focar a procura de capital nos institucionais.

Que melhorias deveriam ser implementadas nos fundos tradicionais?

É interessante ver como os mercados evoluíram para produtos de retorno absoluto. Um dos debates hoje em dia é se o gestor pode bater o índice durante 5 anos consecutivos. Eu acho que sim. Há espaço para os fundos tradicionais, mas também deveria haver espaço para os outros.

Pontos fortes da Gartmore?

Independência, alinhamento dos nossos objectivos com os dos investidores, obsessão com o controlo de risco e uma integração de sucesso das áreas de fundos tradicionais com as de "hedge funds" desde 1999.

O que acha da competição no mercado de fundos em Portugal?

Acho que terei de competir com os mesmos "suspeitos" do resto da Europa. Perguntam-me sempre porque é que entramos tarde no mercado. Não está na nossa cabeça ser um grande gestor. Somos uma boutique. O nosso objectivo não é ser grande, mas ter um grande alcance geográfico.

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