O chefe da diplomacia espanhola, José Manual García-Margallo, defendeu hoje junto dos seus homólogos europeus a aprovação de medidas de pressão sobre a Argentina. Na reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros, Espanha recebeu o apoio dos parceiros.

Espanha já não pressiona, no entanto, para que haja uma reversão da decisão argentina, mas antes para que a Repsol consiga a indemnização pela nacionalização.

Segundo escreve o "El Pais", o ministro dos Assuntos Exteriores espanhol quer que a União Europeia aplique medidas concretas, faça uma queixa junto da Organização Mundial do Comércio e obtenha o apoio do FMI, do G20 e de todos os foros internacionais onde participa. Este jornal espanhol diz mesmo que Espanha deve, agora, canalizar toda a pressão diplomática para tentar que a Repsol receba a indemnização considerada justa. Uma das pressões é para que a União Europeia trave as vantagens comerciais de que as importações argentinas beneficiam. O "El Pais" diz ainda que Espanha pretende que a União Europeia substitua as negociações com o Mercosul por acordos bilaterais para deixar de fora Buenos Aires.

"Não discutimos o direito da Argentina apostar na soberanía energética, ainda que, em minha opinião, é um erro em pleno século XXI. O que discutimos é que se possa expropriar sem pagar, que se possa apropriar de uma empresa sem pagar aos accionistas", declarou Margallo, citado pelo "El Mundo".

Margallo responde assim ao Governo de Cristina Kirchner que, segundo o jornal argentino "La Nación", tem como objectivo não pagar nada à Repsol: "zero pesos", escrevia o jornal. A Repsol reclama pelo menos oito mil milhões de euros.