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Presidente da Argentina acusa Repsol de subornar jornalistas

Cristina Kirchner diz que, na altura em que a YPF ainda era controlada pela Repsol, pagava cerca de 1,9 milhões de euros por ano a jornalistas.

10 de Agosto de 2012 às 16:47
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A presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, denunciou esta quinta-feira à noite que a petrolífera YPF, quando ainda era controlada pela Repsol, pagava cerca de 1,9 milhões de euros por ano a jornalistas e seus familiares.

Kirchner explicou que, depois da nacionalização da petrolífera argentina, a nova gestão da empresa pagava essa verba sob a rubrica de “publicidade não convencional”, escreve o espanhol “El País”.

“Qual é a publicidade não convencional? Obviamente não é a que vemos na televisão, são facturas que se pagam como publicidade, mas a publicidade não aparece”, disse a presidente argentina num discurso televisivo a partir de La Plata. “Há aqui um novo conceito: publicidade não convencional. Paga-se, mas ela não aparece”.

Kirchner acrescentou ainda que os pagamentos a jornalistas não eram exclusivos da YPF, enquanto foi propriedade da Repsol, porque outras empresas, e até organismos públicos, também o fazem.

“A Argentina precisa de uma lei de ética pública para os jornalistas”, sublinhou a presidente no mesmo discurso. “Os jornalistas devem denunciar quem lhes paga”.

Entre os visados destes pagamentos conta-se a esposa do jornalista Marcelo Bonelli, do jornal argentino “Clarin”, que terá recebido 170 mil euros anuais desde 2008 até 2012, de acordo com a presidente Kirchner.

Bonelli escreveu na semana passada sobre os rumores da demissão do engenheiro especialista em exploração, Miguel Galuccio, que preside há 92 dias a nacionalizada YPF. Bonelli escreveu que Galuccio estaria descontente com a chefe de Estado porque na semana anterior, ela tinha assinado um decreto que regulamenta os preços e os investimentos de todas as empresas petrolíferas que operam na Argentina. De acordo com a direcção da empresa, esta medida desencoraja os projectos da YPF em parceria com outras empresas privadas. Tanto Kirchner como Galuccio negaram os rumores de demissão.

Recorde-se que a presidente da Argentina nacionalizou 51% da YPF, a filial da Repsol naquele país, em Abril. Em Junho, a YPF nomeou um conselho de administração de 17 membros, com Luis Garcia del Rio, como único representante da Repsol.
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