Notícia
Preços aumentam em Janeiro. Veja quais
Como habitualmente, há preços actualizados em Janeiro. Portagens, combustíveis, transportes, água, luz, telecomunicações são alguns dos serviços que vão mudar as tarifas.
Circular nas auto-estradas fica mais caro
As taxas de portagem nas auto-estradas nacionais sobem 0,88% no início de 2019, seguindo o índice de preços ao consumidor de Outubro, sem habitação, que serve de referência a esta atualização anual.No entanto, nem todos os troços vão sentir agravamento, já que o método de revisão de preços, no caso das portagens, inclui um mecanismo de arredondamento das taxas para o múltiplo de cinco cêntimos mais próximo. Ou seja, se os aumentos forem inferiores a 2,5 cêntimos a portagem manter-se-á inalterada, mas se o aumento for superior a 2,5 cêntimos há um arredondamento automático para os cinco cêntimos. Assim, a Brisa comunicou que fazer a A1 entre Lisboa e o Porto terá um agravamento do custo no valor de 15 cêntimos. Já percorrer a A2 entre Lisboa e o Algarve vai sofrer um aumento de 25 cêntimos. A A5 (Lisboa-Cascais) não sofre nenhum aumento e os sublanços da A1 entre Alverca e Vila Franca de Xira II e entre Vila Franca de Xira II e Vila Franca de Xira I vão manter os mesmos preços de 2018. Segundo a Brisa, a partir do dia 1 de Janeiro de 2019 a empresa procede a uma atualização das suas tarifas num valor médio de 0,94% comparativamente com os preços praticados no ano que agora termina.
Nas estradas geridas pela Infraestruturas de Portugal, em muitas não haverá aumento do valor da portagem para a classe 1, sendo esse o caso das concessões do Túnel do Marão, Auto-estrada Transmontana (A4), A21 (Ericeira-Venda do Pinheiro), Litoral Oeste (troços da A8 e A19), Pinhal Interior (A13 e A13-1), Grande Lisboa (A16) e Grande Porto (troços da A4, A41 e A42), assim como nos troços iniciais da A23 sob gestão da IP (entre Torres Novas e Abrantes). Haverá aumentos para veículos de classe 1 em auto-estradas como a Via do Infante (A22), que passa de 8,85 euros para 9 euros, ou seja de 15 cêntimos.
Terão também lugar atualizações para a classe 1 em concessões como a Interior Norte, igualmente de 15 cêntimos, na Norte Litoral, de 10 cêntimos, e na Baixo Tejo e Litoral Oeste, de cinco cêntimos. Na antiga Scut das Beiras Litoral e Alta a subida é a mais elevada, de 25 cêntimos. Na A29, que integra a Costa da Prata, e na A7 e A11, que integram a concessão Norte, os veículos da classe 1 vão pagar mais.
Depois de três anos em que as taxas praticamente não sofreram atualização, em 2017 aumentaram 0,84% e este ano 1,42%.
Veículos
Carros mais poluentes sobem de preço
As novas tabelas do Imposto Sobre Veículos (ISV), mesmo com a norma transitória para minorar o impacto das medições das emissões de CO2 pelo novo protocolo (WLTP), penalizam os veículos mais poluentes, cujo preço deverá aumentar em 2019 por via da subida dos impostos. Já os automóveis com emissões mais baixas, graças à norma transitória, poderão até ver a "fatura" fiscal reduzida.
O Imposto Único de Circulação (IUC) sobe 1,3%, em linha com a inflação esperada, existindo, tal como no ISV, um factor de correção para as emissões decorrentes do WLTP. Mantém-se o adicional ao imposto que incide sobre os veículos a gasóleo.
Também ao nível dos combustíveis o Governo optou por manter o adicional ao imposto sobre produtos petrolíferos (ISP) em 2019 mas apenas no gasóleo. Na gasolina desaparece.
Já as tarifas da inspeção de automóveis aumentam, em média, 1,01%. Com as novas tarifas as inspeções vão variar entre 25,55 euros (no caso de veículos ligeiros) e os 38,23 euros (para veículos pesados). A estes valores acresce o IVA. No caso de motociclos, triciclos e quadriciclos os preços vão rondar os 12,87 euros. Já o preço das inspeções de reboques e semi-reboque será de 25,5 euros.
Energia
Preço da luz desce entre 3,5% e 6,3%
A fatura da luz vai ficar mais barata para todas as famílias. Depois do regulador (ERSE) ter decidido baixar as tarifas em 3,5% para o mercado regulado - que abrange um milhão de clientes -, as empresas decidiram replicar a descida no liberalizado, que soma 5 milhões de casas.
A EDP Comercial – que tem 81% da quota de mercado – foi a primeira a anunciar que ia baixar os preços em 3,5% a partir de 1 de Janeiro. A decisão da empresa liderada por António Mexia vai englobar 90% da sua base de clientes. "Os restantes também beneficiarão de uma redução, com ligeiras diferenças por escalão", explicou a empresa.
No caso da Endesa a redução será, em média, de 6,3%. E na Goldenergy de 4%. A Iberdrola e a Galp não detalharam os valores da descida de preços, mas garantem que vão acompanhar a tendência.
Apesar de relembrarem o aumento do custo da eletricidade nos últimos anos, as empresas justificam esta atualização de preços com a redução das tarifas de acesso à rede em 16,7% anunciada pelo regulador do sector. Esta decisão foi impulsionada pela transferência dos cofres do Estado de 190 milhões de euros para abater o défice tarifário, tal como previsto no Orçamento do Estado para 2019.
Mas as descidas na conta da luz não ficam por aqui. Além das tarifas terá lugar uma redução do IVA de 23% para 6% no contador para potências até 3,45 quilovoltampere (kVA).
Alimentação e tabaco
Bebidas com mais açúcar penalizadas
O Governo criou mais dois escalões no imposto sobre refrigerantes, que passam a ser quatro. Em relação ao modelo anterior, as bebidas com menos de 80 gramas de açúcar por litro pagarão menos, enquanto as mais açucaradas verão o imposto agravado. Por exemplo, os refrigerantes com mais de 80 gramas de açúcar passam a pagar 20 euros por hectolitro em vez de 16,69 euros. Já as bebidas com menos de 25 gramas de açúcar por litro passam a pagar um euro em vez de 8,22 euros.
Maços de tabaco mais caros
O elemento específico do imposto sobre os cigarros sobe 1,3%, em linha com a inflação, para 96,12 euros por mil cigarros. A estimativa é que cada maço de cigarros passe a custar mais 10 cêntimos. A subida é de 1,25% nos tabacos de enrolar, rapé, tabaco de mascar e tabaco aquecido.
Água
Factura vai ficar mais barata no Porto
O preço da água no Porto vai descer 2% no primeiro escalão, ou seja, nos primeiros cinco metros cúbicos faturados nos consumos domésticos - a tarifa base, que ronda atualmente os 57 cêntimos por metro cúbico, vai descer para 56 cêntimos. Contas feitas, tendo em conta os cinco metros cúbicos do primeiro escalão, que agora custam 2,86 euros, mais IVA, e vão passar a custar cerca de 2,80 euros, a poupança será da ordem dos seis cêntimos. De resto, mantém-se inalterada a estrutura tarifária e os preços ou tarifas pelos serviços de abastecimento de água e de saneamento de águas residuais.
Já em Lisboa, as tarifas aumentarão em média de 45 cêntimos por mês para um consumo médio mensal de 8 m3 (8000 litros) e um contador de 15mm.
Transportes
Porto agrava passes, Lisboa não
O Governo determinou para 2019 que o aumento médio nos transportes públicos para o conjunto dos títulos de cada operador não pode ultrapassar os 1,14%. E Lisboa e Porto acabaram por adotar políticas diferentes para a atualização destes preços.
Na capital, Carris e Metro vão manter inalterado o custo dos passes a 1 de Janeiro, optando por subir o dos títulos ocasionais, com a tarifa de bordo dos autocarros, por exemplo, a aumentar 15 cêntimos para os 2 euros e a dos elétricos 10 cêntimos para os 3 euros. Já nos transportes do Porto as assinaturas mensais que hoje custam entre 30,60 euros e 124,9 euros consoante o número de zonas, passarão, respectivamente, para 31,15 euros e 127,1 euros, ou seja, mais 1,8%. Pelo contrário, os títulos ocasionais mantêm o preço, o qual varia entre 1,20 euros e 5,20 euros, consoante o número de zonas.
Também a CP já divulgou o tarifário que entrará em vigor em 2019, que mantém inalterados os preços dos serviços regional e interregional. No longo curso são muitas as tarifas que se mantêm, como é o caso do Alfa entre Lisboa e Porto, onde o bilhete simples na classe turística continuará a custar 30,80 euros. Já nos urbanos de Lisboa e Porto há variações muito ligeiras.
No caso da Transtejo, o tarifário para 2019 revela uma maior atualização de preços, quer nos passes normais a 30 dias quer nos bilhetes simples.
Rendas
A atualização é de 1,15%, o mês varia
Salvo acordo entre as partes em sentido contrário, as rendas aumentarão, no próximo ano, 1,15%, de acordo com o coeficiente de atualização publicado pelo INE, um valor em linha com os últimos anos.
Os proprietários que desejem atualizar a renda deverão ter em conta que apenas o poderão fazer um ano após a data de início do contrato ou da última atualização.
A comunicação deverá ser efetuada através do envio de uma carta registada com aviso de receção ou, em alternativa, entregue em mão contra assinatura de um documento que o comprove, sempre com indicação do novo valor da renda arredondado para o cêntimo superior, se for o caso.
Comunicações
Aumentos são de 1,37% mas não para todos
No próximo ano os preços dos serviços de telecomunicações vão aumentar. A Meo e a Nos já anunciaram que vão atualizar os valores de alguns dos seus tarifários pela taxa de inflação. Já a Vodafone ainda não decidiu se vai acompanhar ou não a tendência das rivais, ao passo que a Nowo não fez qualquer comentário sobre o tema.
Como fonte oficial da operadora da Altice tinha explicado ao Negócios, a partir de 1 de Janeiro, a Meo "vai apenas proceder a uma atualização de preços prevista contratualmente, em linha com a atualização dos valores da inflação". Contudo, este aumento não se vai refletir em toda a base de subscritores. "Esta atualização aplica-se exclusivamente aos clientes que têm contratos com estas condições particulares", destacou a Meo.
Uma posição seguida pela empresa liderada por Miguel Almeida, que também não vai aumentar os preços a todos os clientes. Vai atualizar a partir de 1 de Janeiro "apenas alguns dos seus tarifários, em 1,37%, que corresponde à última taxa de inflação anual", explicou. "Uma parte significativa dos serviços/tarifários não sofre alteração de preços", sublinhou a Nos.
Esta atualização dos tarifários nas telecomunicações inverte a tendência dos dois últimos anos, período em que não houve mexidas, depois de em 2016 terem aumentado por duas vezes.
Crédito à habitação
Juros vão subir em marcha lenta
As taxas Euribor, que servem de indexante ao crédito à habitação, deverão continuar a subir de forma muito ligeira ao longo deste ano, fugindo em marcha lenta do terreno negativo em que se encontram. Para já, o mercado está convencido que só lá para 2020 é que os juros da casa voltarão a ser positivos.
A chave está no Banco Central Europeu, que na sua última reunião de política monetária indicou que não mexerá nas taxas de juro (0% do financiamento e -0,4% nos depósitos) até ao final do Verão de 2019. A perda de fulgor da economia da Zona Euro poderá adiar este prazo.
Quanto aos "spreads" do crédito, os próprios bancos já vieram dizer que há já pouca margem para novas descidas.
(trabalho publicado a 28 de Dezembro, agora atualizado)