A "moda" do gasóleo está a sair cara aos portugueses. A chamada "dieselização" do mercado automóvel é um dos principais factores que está a fazer subir mais o preço do gasóleo do que o da gasolina. No espaço de um ano, o custo de encher um depósito de 50 litros de "diesel" subiu 13,15 euros, mais 24,79%.

Quem atesta o carro com gasolina sem chumbo 95 também está a pagar mais 5,75 euros ou 8,62%. Mas o preço dos combustíveis ainda tem margem para aumentar, pois ainda não reflecte a valorização das cotações internacionais.

A escalada dos preços nos postos de abastecimento está a motivar o protesto dos revendores, e é justificada pelas petrolíferas com a situação nos mercados internacionais. O Governo já solicitou a intervenção da Autoridade da Concorrência.

Na quarta-feira, o preço dos combustíveis atingiu um nível recorde em Portugal, com a gasolina a ser vendida a 1,449 euros por litro e o gasóleo a chegar aos 1,324 euros. Os novos valores, provocaram a indignação da ANAREC, a associação que representa os revendedores de combustível, que acusa as petrolíferas, que determinam os preços praticados junto do consumidor, de aproveitar a alta dos preços do petróleo para vender os produtos mais caros. A associação argumenta que, em euros, o aumento da matéria-prima é muito mais baixo. De facto, a cotação de referência para Portugal da gasolina no mercado internacional subiu 26,7% nos últimos 12 meses em dólares, e apenas 10,5% em euros. Mas a verdade é que, nas estações de serviço, o preço só subiu 8,62%.

Ou seja, a subida nos mercados ainda não está reflectida nos postos de abastecimento. A diferença é ainda maior no gasóleo, cujo consumo cresceu 80% nos últimos 15 anos, representado hoje o triplo da gasolina, que caiu 15% no mesmo período.