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Portugueses foram mais vezes ao supermercado mas gastaram menos no segundo confinamento

Segundo uma análise da Kantar para a Centromarca, os consumidores fizeram, em média, quase mais três cestas de compra no segundo confinamento face ao primeiro. No entanto, o valor e a dimensão das compras diminuiu em 2021.

Desde 1999 que não se verificava uma tão acentuada descida no consumo das famílias.
António Pugliese
15 de Abril de 2021 às 16:08
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O comportamento dos consumidores portugueses sofreu alterações no segundo confinamento, que teve início a 15 de janeiro, face ao confinamento decretado em março do ano passado. Uma análise divulgada esta sexta-feira, feita pela consultora Kantar para a Centromarca, revela que os consumidores foram mais vezes às lojas na "segunda volta" do confinamento, mas compraram menos, tanto em quantidade como em valor. 

De acordo com o estudo, em 2021, o número médio diário de compradores nos supermercados está 20% acima do registado ao longo do ano passado. A análise concluiu que "os consumidores fizeram, em média, quase mais três cestas de compra do que no primeiro confinamento, mas com menor valor e tamanho, com as cestas a valerem menos 13,5% cada". No primeiro confinamento verificou-se o padrão inverso: "os consumidores reduziram o número de cestas, mas estas eram maiores em tamanho e a cada visita". 

Antes da pandemia, o valor médio das cestas de compras rondava os 20 euros. No primeiro confinamento, o valor aumentou para 27 euros, enquanto no segundo o montante gasto em cada ida às compras se situou, em média, nos 23 euros. 

O dia de maior afluência às lojas foi 12 de março, logo a seguir ao anúncio, por parte do primeiro-ministro, do plano de desconfinamento. No fim de semana da Páscoa as lojas também registaram uma forte afluência de compradores. 

Segundo Marta Santos, Manufacturers Sector Director da Kantar "o número médio de compradores aumentou gradualmente conforme a evolução dos casos diários, ou seja, a diminuição do número de casos levou a mais idas às compras por produtos de grande consumo". Na visão da especialista, a maior afluência às lojas "poderá estar relacionada com uma maior experiência e capacidade em lidar com a pandemia e as medidas impostas". 

 

O estudo concluiu ainda que os produtos frescos pesaram mais de 27% nas cestas de compras dos portugueses, enquanto os produtos de marca branca representaram quase 39% do valor total gasto em bens de grande consumo nos períodos de confinamento. Um comportamento que reflete "uma adaptação do orçamento familiar, por força dos sinais da crise económica gerada pela pandemia", refere Marta Santos.

 
A aumentar está também a opção pelas compras online. Em 2021, revela a Kantar, dois em cada dez consumidores compraram bens de grande consumo pela internet pelo menos uma vez. Face ao primeiro confinamento, houve mais 148 mil lares a escolher este canal de compra. 

 

"Pode concluir-se que o canal online é cada vez mais relevante na distribuição em Portugal e está a entrar na rotina dos portugueses, com cada vez mais lares a realizar este tipo de compra, optando por categorias não só de stockagem, mas também de rotina", destaca Marta Santos. 

Pedro Pimentel, diretor-geral da Centromarca, considera que "a maturidade dos portugueses deveria motivar o Governo a ‘desconfinar’ também algumas legislações aprovadas ao abrigo dos vários estados de emergência, que continuam a afetar administrativa e artificialmente o mercado". Continuam em vigor medidas como a proibição de vender bebidas alcoólicas depois das 20h, os horários reduzidos ao fim de semana ou o rácio de cinco pessoas por cada 100 metros quadrados. 

Para a Centromarca, "essas  medidas terão feito algum sentido em dado momento, face à escassez da oferta, à excessiva procura ou os riscos de saúde pública associados, evitando a desregulação do mercado e comportamentos especulativos ou de risco agravado, mas meses passados, com a normalidade, a esse nível progressivamente restabelecida, deixa de fazer sentido" mantê-las em vigor.

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