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Portugal é o oitavo país com mais euros do Plano Juncker

O Plano de Investimento para a Europa já deu luz verde para financiamentos de mil milhões no país. O Banco Europeu de Investimento apoiou mais de oito mil pequenas e médias empresas nacionais em 2016.

16 de Fevereiro de 2017 às 21:55
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Foi um arranque lento, mas os euros do Plano Juncker estão a chegar às empresas e projectos nacionais. Entre os 28 membros da União Europeia, Portugal é o oitavo país que mais dinheiro recebeu do Fundo Europeu para Investimentos Estratégicos (FEIE).

Portugal já ganhou luz verde para financiamentos no valor total de 1,03 mil milhões de euros, surgindo empatado com a Suécia. Itália surge na primeira posição (4,3 mil milhões de euros), seguida de França (quatro mil milhões) e de Espanha (3,4 mil milhões), segundo os dados divulgados pelo Banco Europeu de Investimento (BEI) na quinta-feira.

O Plano Juncker tem duas componentes para os investimentos: uma parte é financiada pelo FEIE, com outra parte a ser financiada pelo sector privado ou público.

Assim, em Portugal, além dos 1,03 mil milhões financiados, já foram mobilizados 3,4 mil milhões para 18 projectos. Juntando as duas componentes, Portugal recua para a nona posição a nível europeu, com este "ranking" a ser liderado por Itália (33 mil milhões de euros), Espanha (26 mil milhões) e França (25 mil milhões).

Entre os projectos aprovados no âmbito do Plano Juncker para Portugal está a renovação de Lisboa, a construção do campus da Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa, a construção de centrais de biomassa e a produção de componentes para a aviação.

Mil milhões para PME

Fora do âmbito do Plano Juncker, o BEI injectou quase 1,2 mil milhões de euros nas pequenas e médias empresas nacionais. Este montante destinou-se a apoiar mais de 8.200 pequenas e médias empresas, responsáveis por empregar 208 mil trabalhadores em Portugal.

"Estes são números muito importantes, com um montante médio de 288 mil euros por empresa. Estes valores criam um impacto na economia real, significa que o apoio do BEI às PME está assim a chegar à economia real", disse o vice-presidente do BEI, Román Escolano, em conferência de imprensa em Lisboa, esta quinta-feira.

Do total de 1,7 mil milhões concedidos a projectos em Portugal, 67% destinaram-se a apoiar o tecido empresarial nacional. Os 1,7 mil milhões representam 1% do PIB nacional, sendo Portugal um dos 12 países europeus que mais beneficiam do apoio financeiro da instituição. O financiamento da instituição no país registou em 2016 a tendência crescente dos últimos anos, a partir dos 870 milhões de euros registados em 2012.

Além do financiamento às PME, a instituição também apoiou projectos na área do ambiente (15%), infra-estruturas (9%) e inovação e competências (9%). Os dados de 2016 revelam também que o BEI está a apostar cada vez mais no financiamento das PME: em 2012, 837 empresas receberam apoio, valor que aumentou para mais de oito mil empresas em 2016.

Mas que empresas em Portugal beneficiaram do dinheiro do BEI em 2016? A Navigator Company,  por exemplo, recebeu um empréstimo no valor de 25 milhões de euros para modernizar a fábrica de pasta de papel da antiga Portucel em Cacia. 

Outro projecto, financiado em 10 milhões, foi a instalação do primeiro protótipo da tecnologia "waveroller", para a produção de electricidade a partir da energia das ondas ao largo de Peniche.

Financiamento

Quatro projectos do Plano Juncker já aprovados 

Renovação de Lisboa

São 250 milhões de euros do BEI, num total de 523 milhões. Este projecto visa a renovação de Lisboa, com a capital a ser o primeiro município da União Europeia a beneficiar directamente deste investimento. O dinheiro vai servir para melhorar a prevenção de inundações, a promoção da mobilidade sustentável e a modernização de habitação social. O objectivo é melhorar a qualidade de vida das pessoas que habitam e trabalham na cidade de Lisboa.

Campus da nova

O novo campus da faculdade da Economia da Universidade Nova de Lisboa vai receber 16 milhões de euros, num investimento total de 47 milhões. O campus vai ser construído em Carcavelos, concelho de Cascais. A primeira pedra do projecto, que vai receber três mil alunos, foi colocada em Setembro de 2016 e deverá estar concluído no primeiro trimestre de 2018. Este financiamento já foi aprovado pelo BEI, mas ainda não foi assinado. 

Energia renovável

O BEI aprovou projectos na área das energias renováveis, mais precisamente para centrais de produção de electricidade a partir de biomassa. O envelope do BEI tem 50 milhões de euros num investimento total de 96 milhões. Recorde-se que em 2016 o Governo aprovou o licenciamento de três centrais de biomassa – Fundão, Viseu e Famalicão –, projectos que estavam fechados na gaveta desde 2006, altura dos concursos públicos.

Indústria aeronáutica

O BEI aprovou um empréstimo de 40 milhões de euros para a companhia de produção de peças para aviões Mecachrome. A empresa francesa vai receber este valor num investimento total de 82 milhões de euros. A Mecachrome tem uma fábrica em Setúbal e vai abrir outra em Évora este ano. Com 14 fábricas em cinco países, o grupo tem como principais clientes a Airbus, Boeing, Safran e a Porsche.


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