Nuno Alves, CFO da EDP, disse entrevista ao Jornal de Negócios que a EDP Renováveis vai aumentar o número de acções disponíveis para os pequenos subscritores, podendo subir de 20% da oferta para 26%. São mais cerca de 13 milhões de acções para os pequenos accionistas.

Os accionistas e trabalhadores da EDP vão ser privilegiados. Como é que se vai fazer a distribuição pelo público em geral? Não há o risco de não haver acções suficientes para este segmento?

Poderia, mas não vai haver. Primeiro vão ser atribuídas acções aos trabalhadores e depois aos accionistas. A seguir vamos ver no público em geral as ordens dadas no primeiro dia e assim por diante. Agora, no retalho temos a hipótese de fazer um aumento nos 20%.

Como assim?

Através de um mecanismo chamado "clawback". Era suposto ser 20% para o retalho e 80% para institucionais, mas os contratos com os bancos prevêem que estes 20% possam ser maiores ou menores, consoante a procura.

Até quanto?

Pode ir até 26%. Se há muita procura no retalho faz sentido. Se há 30 ou 40 mil pessoas, para ficarem com 40 acções cada uma, não vale a pena. Obviamente fará sentido privilegiar essa parte. Até porque os bancos fizeram um esforço enorme para vender no retalho e convém que os clientes fiquem com alguma coisa.

Isso "rouba" aos institucionais?

Sim. Mas rouba 6% que não é significativo, se servir para equilibrar e diversificar a procura. É preciso ter em conta que a EDP sempre teve uma base muito alargada de accionistas individuais e que as pessoas se sentem confortáveis com o título. Acho que devemos fazer o possível para que a EDP continue a ser um título popular.