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Pedro Nuno Santos: "Não vou arrastar mais uma decisão sobre aeroporto"
O secretário-geral do PS e candidato a primeiro-ministro relembra que não vai haver "uma única solução" que reúna consenso entre todos os partidos, mas alerta que o país já perdeu milhares de milhões de euros. Quanto ao pedido da CTP para autonomizar a pasta do turismo, não fecha totalmente a porta.
"Não podemos continuar a adiar decisões", acrescentou o secretário-geral do PS num almoço-debate promovido pela Confederação do Turismo de Portugal (CTP).
"A incapacidade de décadas deste país conseguir decidir uma localização custou ao país milhares de milhões de euros" e "não vai haver uma única localização que vá ter apoios maioritário, é a natureza de uma infraestrutura com aquela dimensão. Mas não podemos estar a adiar indefinitivamente, a arrastar os pés", apontou.
Pedro Nuno Santos lembrou que os primeiros estudos para a escolha de uma localização para o novo aeroporto de Lisboa datam de 1982 e que já foram estudadas 19 localizações. Por isso, sublinhou que "à primeira oportunidade não vou perder nem mais um segundo. O país não pode estar parado e ter medo de decidir. Não podemos continuar a adiar decisões", acrescentou.
Em 2022, Pedro Nuno Santos aprovou a solução Montijo+Alcochete. Porém, como a decisão não incluiu o PSD, o despacho acabou por ser revogado por António Costa. Nessa altura é fechado um acordo com o PSD que levou à criação da atual Comissão Técnica Independente (CTI) que a 5 de dezembro apresentou o relatório preliminar que aponta Alcochete como a melhor localização para receber a nova infraestrutura.
Agora, após a consulta pública, o grupo de trabalho coordenado por Maria Rosário Partidário irá elaborar o relatório final que será entregue ao Governo que terá a última palavra sobre o novo aeroporto.
Luís Montenegro também já assinalou que a localização da nova infraestrutura aeroportuária será das suas primeiras decisões. Logo após a apresentação do relatório preliminar pela CTI, a 5 de dezembro, o líder do PSD anunciou a criação de um grupo de trabalho para analisar o documento.
O peso e importância do turismo
Durante a sua intervenção no encontro promovido pela CTP, Pedro Nuno Santos destacou ainda que o turismo "não é um setor qualquer, não vale a pena olharmos para todos os setores da mesma maneira. O peso do turismo é muito significativo: 16% do PIB", sustentou.
No que toca ao pedido da CTP para autonomizar a pasta do turismo, Pedro Nuno Santos não fechou a porta. "É um setor do qual depende a criação de riqueza e emprego e justifica qe tenha uma atenção especial que seja proporcional à força que o setor tem", sublinhado o peso na balança de pagamentos, bem como na revitalização dos centros urbanos.
No entanto, destacou que a indústria, comércio, serviços e cultura acabam por estar, cada vez mais, interligados. "É importante que nunca olhemos para os outros setores como adversários mas como contributos", comentou.
Atualmente, o turismo está integrado na secretária de Estado que integra também o comércio e serviços.
(Notícia atualizada às 16h35)