Notícia
Odebrecht movimentou 3,21 mil milhões de euros em pagamentos ilícitos
A Odebrecht movimentou 3,39 mil milhões de dólares (3,21 mil milhões de euros) em pagamentos ilícitos entre 2006 e 2014, relatou na segunda-feira o ex-funcionário da empreiteira Hilberto Mascarenhas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Numa declaração, divulgada hoje pelo jornal brasileiro Folha de S.Paulo, o ex-executivo da Odebrecht detalhou que entre 15% a 20% deste dinheiro, que corresponde aos valores de 500 milhões (473,2 milhões de euros) até 680 milhões de dólares (643,6 mil milhões de euros), foi usado no financiamento ilícito de campanhas políticas no Brasil.
A outra parte do dinheiro movimentado pelo sector de Operações Estruturadas da Odebrecht - área criada dentro da empresa para pagar luvas, segundo informações divulgadas pela Operação Lava Jato numa das etapas das investigações dos crimes cometidos na Petrobras-, foi usada para subornar e receber vantagens em obras e serviços da empreiteira no exterior.
O ex-funcionário da Odebrecht também detalhou a movimentação anual do "departamento de luvas" ao juiz Herman Benjamin do TSE, que está a julgar um processo contra a coligação da ex-Presidente Dilma Rousseff e do actual Presidente Michel Temer nas presidenciais de 2014.
Ele declarou que passaram pelo "departamento de luvas" da empreiteira 60 milhões de dólares (56,7 milhões de euros) em 2006; 80 milhões de dólares (75,7 milhões de euros) em 2007; 120 milhões de dólares (113,5 milhões de euros) em 2008; 260 milhões de dólares (246 milhões de euros) em 2009.
O valor movimentado para pagamentos ilícitos pela área somou 420 milhões de dólares (397,3 milhões de euros) em 2010; 520 milhões de dólares (492 milhões de euros) em 2011; 730 milhões de dólares (690,6 milhões de euros) em 2012; 750 milhões de dólares (709 milhões de euros) em 2013; e 450 milhões de dólares (425,7 milhões de euros) em 2014.
Este montante total é três vezes superior a uma estimativa divulgada no final de 2016 num relatório do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, que apontou que a Odebrecht, juntamente com a Brasken - braço petroquímico do Grupo Odebrecht -, teria pago 1,038 milhões de dólares (980 milhões de euros) num amplo esquema criminoso de pagamento de luvas no Brasil e em outros 11 países.