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O segundo (e último) dia de audições no negócio Pfizer-AstraZeneca

Mais investigação com menos cientistas, um alargamento do prazo das garantias assumidas e acusações à posição de David Cameron quanto à fusão são os mais recentes desenvolvimentos no caso Pfizer-AstraZeneca – o negócio que está a marcar a vida política no Reino Unido.

Bloomberg
14 de Maio de 2014 às 16:39
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Bem menos recheado de novidades que as audições de 13 de Maio, mas igualmente revelador do futuro do sector farmacêutico no Reino Unido: assim se define este segundo e último dia em que a Pfizer foi chamada a esclarecer as suas intenções frente ao Ministério Público britânico.

 

O aumento do valor da proposta por parte da Pfizer, acima dos 77 mil milhões de euros já recusados, é quase uma certeza naquela que poderá ser a maior aquisição estrangeira de uma empresa britânica, esclarece a Reuters.

 

Mas as restantes garantias, sobretudo as que dizem respeito ao número de postos de trabalho ameaçados, colocam-se cada vez mais em cima da mesa, justificadas pelo historial da empresa em outras fusões. 

 

Mais investigação com menos cientistas

 

Em declarações ao Ministério Público britânico, Ian Read, presidente executivo da Pfizer, garantiu que a empresa irá reforçar o desenvolvimento de novos medicamentos caso se concretize a fusão, uma vez que os interesses em determinadas áreas de tratamento são complementares.

 

Read deixou outra certeza nas audições desta terça-feira: haverá menos cientistas na empresa após a fusão, mas recusou-se adiantar números.

 

O CEO da empresa americana responde assim às críticas da AstraZeneca de que a proposta da Pfizer iria prejudicar os pacientes e a própria ciência.

 

Em declarações à BBC, o líder da companhia britânica, Pascal Soriot, defendeu que a oferta da Pfizer subvaloriza o negócio e a nova linha de medicamentos que está a ser preparada. Admitiu, contudo, rever a proposta caso o seu valor aumente. 

 

Um prazo de compromisso que não estica

 

Cinco anos: este é o prazo de garantia que a Pfizer assegura no que diz respeito à manutenção de postos de trabalho. A farmacêutica considera que o intervalo temporal é mais do que suficiente para avaliar que tipo de medicamentos têm mais hipóteses de ser aprovados, esclarece a Reuters.

 

Nesse compromisso, incluem-se ainda os investimentos no centro de investigação em Cambridge e numa fábrica do noroeste de Inglaterra, bem como o estabelecimento de um quinto do pessoal de investigação no Reino Unido.

 

Já no primeiro dia de audições, políticos e cientistas tinham-se mostrado contra a garantia de cinco anos. Agora é altura do ministro da Ciência inglês, David Willetts juntar-se a este posição, pedindo um alargamento do compromisso para 10 anos. 

 

À procura das melhores garantias

 

"Inúteis" é o adjectivo escolhido por Ed Miliband para definir as garantias de negócio entre Pfizer e AstraZeneca, informa a BBC. Para o líder do Partido Trabalhista, que acusa o primeiro-ministro de estar ao lado da Pfizer no negócio, só há uma solução: bloquear a proposta.

 

Por sua vez, David Cameron assegurou nas audições desta quarta-feira, 14 de Maio, que o seu executivo está "focado em assegurar as melhores garantias possíveis" da farmacêutica americana no que diz respeito aos empregos, investimento e ciência britânicos.

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