A Nestlé apresentou hoje um novo conceito para o mercado de cafés, no qual estima investir em cinco anos cerca de cinco milhões de euros, anunciou Vincent Termote, responsável da Nespresso Portugal.

O Nespresso Portugal é um sistema integrado de venda de cafés, que associa a venda de máquinas para café expresso que só funcionam com cápsulas próprias. A Nespresso tem, ainda, um conjunto de acessórios, como serviços de café, colheres, açúcar, tabuleiros, e vai mais tarde ter chocolates Nespresso.

As máquinas vão ser vendidas em lojas de artigos para o lar e na «boutique» Nespresso que, para já, será a única do país situada na Rua Garrett em Lisboa.

Vicent Termote anunciou, num encontro com a comunicação social, que a «boutique» implicou um investimento de 500 mil euros. O investimento adicional previsto nos próximos cinco anos será destinado a marketing e distribuição.

As máquinas estarão disponíveis em 70 pontos de venda. As cápsulas de café serão vendidas apenas na «boutique» Nespresso e por Internet ou telefone. Para isso, este conceito implica a adesão dos utilizadores ao Clube Nespresso, que gerirá todas as vendas e serviços adicionais.

As máquinas, que em Portugal serão distribuídas pela Krups, terão um custo de 240 a 450 euros e cada cápsula custa 29 cêntimos. Vicent Termote lembra que esse é um valor abaixo do preço normal da tradicional «bica».

O mesmo responsável não quis adiantar previsões de vendas nem de aderentes ao clube para Portugal. A nível global, a Nespresso está presente em 30 países, tendo surgido nos anos 80. Em 2002, foi responsável por um volume de vendas, global, de 350 milhões de francos suíços (223 milhões de euros). A empresa, detida a 100% pela Nestlé, está a entrar em três novos mercados por ano.

A Nespresso já vendeu, globalmente, 450 mil máquinas e este ano deverá atingir os 1,2 milhões de aderentes. Sem dizer a quota esperada para Portugal, a empresa garante que tem neste 16% do mercado mundial de máquinas de expresso bomba.

A Nestlé opera em Portugal o mercado de cafés com as marcas Sical, Tofa, Boundi e Christina que representam 20% da facturação total da empresa helvética em Portugal que em 2002 atingiu os 631 milhões de euros. Nestas marcas, a empresa anunciou, no início do ano, um investimento de 14 milhões de euros para este ano. Vicent Termote garante que o novo conceito não deverá canibalizar as outras marcas da empresa, uma vez que se destina a um consumo no lar para as classes A e B ou escritórios.