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Multicert: A empresa que dá identidade a refugiados e agilidade ao McDonald's

Cartas de condução nos Estados Unidos, passaportes electrónicos em Myanmar e Ruanda, cartão electrónico para refugiados, na Grécia. E desmaterialização no McDonald’s. O alcance da empresa portuguesa Multicert é global e diversificado.

21 de Setembro de 2016 às 21:00
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O que têm em comum o Ruanda, os Estados Unidos, o Azerbaijão, Timor-Leste e a Arábia Saudita?
São todos países onde a Multicert, empresa portuguesa especializada em soluções de segurança e certificação digital, tem negócios em curso ou projectos avançados para fornecer os seus serviços.

No Azerbaijão, por exemplo, a Multicert deverá assinar ainda este ano um contrato de dois milhões de euros para o fornecimento de cartões do cidadão digitais.

Nos Estados Unidos, a empresa está envolvida num projecto de grandes dimensões liderado pela Get Group. O objectivo é criar uma única carta de condução electrónica que ponha um ponto final no caos instalado, visto que actualmente nos EUA existem 440 cartas de condução diferentes nos 52 estados que compõem o país.

Estes dois casos ilustram a estratégia da Multicert que passa por se "internacionalizar através de parcerias" explica o director-geral da empresa, Jorge Alcobia. Em Timor-Leste, por exemplo, a Multicert juntou-se à Gemalto para fornecer os passaportes digitais e também em parceria com esta empresa tem perspectivas de concretizar negócios semelhantes no Equador e no Peru.

Já em Myanmar  e no Ruanda, a Multicert aliou-se aos alemães da Mühlbauer para participar no projecto de passaportes electrónicos e está  a participar num concurso com a mesma finalidade na Arábia Saudita, além de ter iniciativas idênticas em países que falam português, como Angola, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, em associação com a Imprensa Nacional Casa da Moeda. "Procuramos encontrar grandes empresas e convencê-las a que nos tenham como parceiros", posicionando a Multicert como "uma empresa de produto", resume Jorge Alcobia.

Com esta intensa aposta na prospecção e na concretização de contratos de fornecimento de produtos, a Multicert espera que a actividade internacional venha a pesar 60% no volume de negócios. Actualmente situa-se nos 20%.

Na Grécia, a Multicert já vendeu ao governo do país um produto através do qual os médicos só podem passar receitas com um certificado digital, eliminando assim as possibilidades de fraude, e prepara-se, em parceria com o grupo grego Byte, para fornecer um cartão electrónico para os refugiados, cerca de um milhão, permitindo assim que estas pessoas voltem a ter identidade e possam circular pelo espaço europeu.

Apesar desta azáfama fora de portas, a Multicert, que tem como accionistas a SIBS, com 40% do capital, a Casa da Moeda, os CTT e a Altice, tem expandido a sua actividade em Portugal. A empresa desenvolveu uma aplicação para a McDonald’s que permitiu a desmaterialização da relação entre os fornecedores e os franchisados. Um processo que demorava 40 minutos no papel conclui-se agora em cinco minutos por via electrónica. E está também em contactos com a Sonae, a Auchan e o Minipreço para fornecer soluções digitais semelhantes. Além disso, desenvolveu para a Leaseplan e para a Cofidis certificados digitais que estes usam para concretizar os contratos com os clientes.

Em paralelo, a Multicert criou um produto, chamado cofre digital, onde um empresa pode guardar todo o seu software com recurso a uma cifra, impedindo que possa ser violado por terceiros. A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa já adquiriu esta solução que a Multicert está agora "a tentar vender à Gemalto e ao Get Group", adianta Jorge Alcobia.

A Multicert, que conta com 63 funcionários, registou no primeiro semestre uma facturação de três milhões de euros, um crescimento de 25% face a igual período de 2015.
Moçambique no horizonte A Multicert organizou em Maputo, capital de Moçambique, entre os dias 19 e 20 de Setembro, a oitava edição da conferência EiD, um fórum global sobre identificação electrónica, e espera que dentro em breve esta iniciativa tenha retorno. "Moçambique tem um passaporte que vai evoluir no próximo ano e queremo-lo fazer", diz Jorge Alcobia. A conferência, que registou mais de 300 participações, contou com a presença do ministro da Ciência e Tecnologia de Moçambique, Jorge Nhambiu, e da ministra da Presidência e da Modernização Administrativa portuguesa, Maria Manuel Leitão Marques. Na conferência, subordinada ao tema "Transformar África", o ministro moçambicano disse que o seu governo aposta no uso de meios tecnológicos para diminuir a intervenção humana nos processos administrativos e assim combater a pequena corrupção que existe nos serviços públicos.
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