O "rating" da Moody’s para a PSA Peugeot Citroën desceu um nível de "Baa3" para "Ba1", passando assim a estar num nível que a agência de notação considerado especulativo ("junk"), refere a agência Bloomberg que cita um comunicado da firma. A classificação de crédito da dívida de longo prazo é acompanhada de uma perspectiva "negativa", o que indica que poderá haver novos cortes.

"A descida da PSA reflecte os resultados do ano fiscal de 2011, que ficaram bem abaixo das expectativas da Moody’s", referiu o analista da Moody’s Falk Frey no comunicado citado pela Bloomberg.

"A descida incorpora os desafios que se põem à PSA para melhorar as suas métricas financeira de curto e de médio prazo e, mais importante, para reestruturar a sua unidade automóvel", explica o comunicado.

O segundo maior grupo automóvel da Europa está a levar a cabo uma reestruturação depois de ter registado prejuízos de 92 milhões de euros em 2011 e viu o seu endividamento duplicar para 3,4 mil milhões de euros. Números que levaram a fabricante a anunciar a venda de activos e a adiar investimentos.

A Peugeot anunciou uma aliança com General Motors (GM), com o objectivo de reduzir custos e um aumento de capital de mil milhões de euros. A GM irá comprar uma posição de 7% no fabricante francês e as duas irão desenvolver modelos em conjunto e juntar-se para reforçarem a sua capacidade de negociação junto dos fornecedores.

"Apesar de a Moody’s reconhecer que as iniciativas anunciadas pela gestão, incluindo os aumentos de capital, vão dar tempo à empresa para implementar e beneficiar das medidas, a perspectiva negativa reflecte os riscos de uma maior deterioração da procura de automóveis ligeiros na Europa e, em particular, nos mercados mais importantes da PSA", disse analista da Peugeot.

Hoje, os títulos da PSA Peugeot Citroën estão em queda de 4,15% para 14,40 euros por acção e chegaram já a perder 7,74% para 13,88 euros.