Notícia
Moody’s melhora perspectiva da Infraestruturas de Portugal
A agência de notação financeira subiu o "outlook" da Infraestruturas de Portugal (IP), de ‘estável’ para ‘positivo’, depois de ter feito o mesmo com o rating soberano.
A Moody's Investors Service elevou esta segunda-feira, 4 de Setembro, a perspectiva (outlook) da evolução da qualidade da dívida da Infraestruturas de Portugal, de ‘estável’ para ‘positiva’, na sequência da mesma decisão que tomou, na passada sexta-feira, para o rating da dívida soberana de Portugal.
Segundo o relatório a que o Negócios teve acesso, a Moody’s sublinha que "a acção de hoje acompanha a alteração no ‘outlook’ do Governo de Portugal, actualmente com um ‘rating’ de Ba1 [primeiro nível de ‘lixo’], que passou também de estável para positivo no passado dia 1 de Setembro".
Por outro lado, a Moody’s reiterou também hoje o rating de Ba1 do programa de European Medium Term Notes (EMTN - emissão de obrigações de médio prazo) da IP, no valor de três mil milhões de euros, "que sustenta a emissão de obrigações garantidas pelo governo".
"A alteração de hoje no ‘outlook’ da IP, para positivo, reflecte as fortes ligações entre a Infraestruturas de Portugal e o Governo português, que tem providenciado um apoio significativo sob a forma de injecções de capital à empresa nos últimos cinco anos", acrescenta a agência de notação financeira.
Sem este apoio, salienta a Moody’s, "a IP não conseguiria cobrir na totalidade os requisitos operacionais e de financiamento".
O elevado nível de apoio governamental incorporado no rating da IP, que é de Ba2 (segundo nível de ‘lixo’, ou investimento especulativo] reflecte o seu papel preponderante na gestão das redes rodoviária e ferroviária em Portugal, a sua estreita supervisão por parte do Governo de Portugal, e a expectativa de que o Governo português continue a dar apoio financeiro oportuno, se necessário, segundo a Moody’s.
A agência explica que continua a fazer uma distinção de um nível entre o ‘rating’ de Portugal e da IP (que está um nível abaixo da classificação da República) devido ao facto de reconhecer o risco residual – se bem que pequeno, na opinião da Moody’s – de Portugal poder não conseguir fazer pagamentos no futuro ou de a dívida não garantida da IP poder não ser tratada como parte da dívida pública numa eventual reestruturação.
Se esses pagamentos cessarem, o mais provável é que a IP passasse a ter um valor mínimo enquanto empresa isolada, diz a Moody’s, recordando que a dívida garantida da IP continua a estar classificada ao mesmo nível que a do Governo de Portugal.