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Ministério Público tem quatro inquéritos em investigação sobre “swaps”

A informação de que há quatro processos na PGR foi dada por Jorge Lacão na comissão de inquérito aos contratos financeiros “swap”. Ministério Público pondera instaurar procedimentos judiciais.

04 de Junho de 2013 às 17:05
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Estão em fase de investigação quatro inquéritos relacionados com o tema dos contratos financeiros especulativos celebrados por empresas do sector empresarial do Estado.

 

A informação foi avançada por Jorge Lacão na sessão que se realiza esta terça-feira da comissão de inquérito aos chamados contratos “swaps”.

 

Quando foi constituída esta comissão de inquérito, que tomou posse na semana passada, a presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, comunicou à Procuradoria-Geral da República que a comissão iria iniciar os seus trabalhos.

 

A PGR respondeu com a indicação de que estão a decorrer aí quatro inquéritos, todos em fase de investigação, cuja matéria é "conexa" ao assunto da comissão, segundo informou Lacão. O advogado Garcia Pereira confirmou, em Maio, que tinha entregue na PGR uma queixa-crime para que fossem apuradas responsabilidades na assinaturas destes contratos financeiros nas empresas públicas.

 

Com esta informação, a comissão de inquérito poderia dar por terminados os trabalhos. Contudo, nenhum dos deputados que a compõe concordou com essa ideia, pelo que os trabalhos vão continuar.

 

MP pondera "instauração de procedimentos judiciais"

 

Entretanto, ao final da tarde de terça-feira, o Ministério Público enviou um comunicado às redacções em que confirma a existência destes quatro inquéritos em fase de investigação.

 

"O Ministério Público pondera, no âmbito das suas competências estatutárias, a instauração dos procedimentos judiciais tidos por adequados nas áreas cível e administrativa", assinala ainda a nota. Não foi confirmar que queixas deram origem aos inquéritos.

 

A comissão parlamentar de inquérito prende-se com a celebração de contratos de gestão de risco financeiro por parte de empresas do sector público. O objectivo é cobrir os contratos assinados com a banca entre 2003 e 2013 por parte de firmas como a Carris, Metro de Lisboa ou Metro do Porto.

 

Os contratos "swaps" correspondem a instrumentos financeiros que, na sua base, são utilizados para cobrir o risco num determinado financiamento. Contudo, o que se verificou no caso dos contratos celebrados por várias empresas públicas é que havia muitos instrumentos especulativos, que não serviam apenas para essa cobertura de risco. Estes produtos, muitos designados de "tóxicos", poderiam representar perdas potencias de cerca de 3 mil milhões de euros para as contas públicas no final do ano passado.


(Notícia actualizada às 18h15 com mais informações; notícia actualizada às 20h42 com comunicado do Ministério Público)

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