Os resultados apresentados pela Jerónimo Martins e os anúncios feitos nos encontros com analistas não trouxeram grandes surpresas, diz o Millennium bcp investimento, que mantém a recomendação de "neutral" e o preço alvo de 14,10 euros para a empresa.

A previsão dos analistas é a de que as surpresas positivas que a Jerónimo Martins possam eventualmente criar nas divisões de retalho em Portugal e na Polónia serão anuladas em grande parte por potenciais surpresas negativas nas divisões de manufactura (parceria com Unilever) e «cash & carry» (Recheio).

«Não achamos que as alterações nas estimativas depois destes resultados irão ter um impacto muito significativo na avaliação. Actualmente a Jerónimo Martins tem um potencial de subida de 6% face ao nosso preço-alvo de 14,10 euros. A acção está a negociar com um rácio PER (preço/lucros) de 16 vezes, contra um rácio PER de 14,1 vezes das retalhistas francesas», escreve a analista Bárbara Ferreira numa nota de "research" do banco.

Nas previsões para 2006, a Jerónimo Martins apresentou números que não andam longe das estimativas do Millennium bcpi, outra razão que levou a que a casa de investimento não realizasse alterações significativas na sua avaliação da empresa.

Quanto a alguns dos temas que mais poderão afectar a retalhista este ano, o Millennium diz que a nova legislação das superfícies comerciais deverá ter um impacto ligeiro, tornando o mercado menos rígido e baixando o valor das rendas. Já a colocação da Biedronka em bolsa é um cenário que os analistas dizem que poderá ocorrer se surgir uma boa oportunidade, apesar dos responsáveis da empresa afirmarem que essa situação não está actualmente na agenda.

As acções da Jerónimo Martins [JMAR] seguiam a ganhar 0,6% para 13,48 euros depois de terem tocado um máximo de Setembro de 2000 nos 13,51 euros.