Os produtores de energia ibéricos consideram que se tem introduzido algumas medidas positivas para o arranque do Mibel – Mercado Ibérico de Electricidade, apesar de salientarem a necessidade uma convergência maior nas políticas entre os dois países e a própria União Europeia.

Já os operadores de transporte (REN e REE – Red Electrica de España ) defendem que não será pela capacidade de interligação, nem por causa dos operadores, que não vai haver mercado. Estas ideias foram defendidas por responsáveis das áreas no seminário "As energias renováveis e o Mibel" organizado pela Câmara de Comércio Luso-Belga-Luxemburguesa e pela Simmons & Simmons Rebelo de Sousa.

Joaquim Pina Moura, CEO da Iberdrola Portugal, diz ter "uma visão positiva dos últimos desenvolvimentos", nomeadamente em termos de legislação, apesar de afirmar que "até hoje, o Mibel tem sido muito menos um mercado e muito mais um tratado".

O responsável disse que as assimetrias regulatórias e tarifárias "têm travado" o mercado, mas os diplomas aprovados, quer em Espanha quer em Portugal, nos últimos meses, "dão um contributo positivo para um movimento de convergência".

António Castro, director-geral da EDP, defendeu que ainda há fronteiras para a concretização do mercado único, nomeadamente em termos de ambiente regulatório e políticas ambientais, apesar de salientar que "foram dados passos importantes", defendendo um mercado liberalizado, sem tarifas reguladas. Vitor Baptista, administrador da REN, assinalou que "hoje temos mais de 10% de capacidade de interligação" e que não será pela falta desta que o mercado não avança.

Já Gumersindo Queijo, da REE, salientou também a necessidade de assegurar a "segurança do sistema eléctrico".