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Lucros dos CTT descem 7% para 20,7 milhões de euros

Os lucros da empresa foram afectados negativamente pela descida das receitas no segmento de serviços financeiros, face ao período homólogo. O resultado líquido baixou para 20,7 milhões de euros.

Apesar da quebra dos resultados, os CTT vão manter o compromisso de distribuir 0,48 euros por acção, o equivalente a 9,16% da cotação dos títulos. A empresa liderada por Francisco de Lacerda lucrou 62,2 milhões de euros em 2016. Mas reservou um total de 72 milhões para remunerar os accionistas.
Miguel Baltazar/Negócios
11 de Maio de 2016 às 16:57
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Os CTT reportaram um resultado líquido de 20,7 milhões de euros no primeiro trimestre, um número inferior aos 22,3 milhões divulgados no período homólogo, mas que ficou acima das expectativas dos analistas. A penalizar os lucros esteve a quebra das receitas nos serviços financeiros, depois destes rendimentos terem disparado em Janeiro do ano passado devido às mudanças na remuneração dos certificados de aforro.

A empresa de correios portuguesa anunciou esta quarta-feira, 11 de Maio, uma quebra dos lucros de 7,3%. Ainda assim, a descida foi inferior à antecipada pelos analistas. O BPI e o Haitong previam uma quebra dos resultados para cerca de 17 milhões de euros, enquanto o CaixaBI estimava um lucro de 16,6 milhões.

Já o EBITDA desceu 15,8% para 35,1 milhões de euros, um valor para o qual o negócio do correio contribuiu com 75%, enquanto os serviços financeiros representaram 22% deste valor.

A penalizar os resultados esteve uma quebra das receitas no segmento de serviços financeiros, face aos primeiros três meses de 2015, altura em que houve uma procura acima do normal por produtos de poupança distribuídos pela empresa de correios.

"Os rendimentos operacionais totais recorrentes caíram 7% para 177,9 milhões de euros influenciados pelo efeito extraordinário de colocação de títulos de dívida pública em Janeiro de 2015 (cerca de 2.200 milhões de euros, 56% do total colocado em 2015) e pela muito reduzida queda de tráfego no primeiro trimestre", adianta a empresa em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.

 

O Governo anunciou uma descida das taxas de remuneração oferecida pelos certificados de aforro e pelos Certificados do Tesouro Poupança Mais (CTPM), no início do ano passado, o que acabou por justificar uma corrida aos certificados, antes da entrada em vigor das novas regras.


Este movimento atípico teve, por isso, reflexo nas contas deste ano. Os "serviços financeiros registam um decréscimo dos rendimentos recorrentes de 32,1% (-7,8 milhões de euros) com origem no efeito extraordinário referido, evidenciando mesmo assim uma evolução mensal crescente da captação de poupanças que atingiu 1,1 mil milhões de euros no trimestre, claramente superior a 300 milhões de euros por mês", explica a empresa.

O trimestre ficou ainda marcado pelo lançamento do Banco CTT. A companhia confirma que o "Banco CTT abriu ao público em 51 lojas CTT e uma agência sede no dia 18 de Março 2016, tendo os nove dias úteis de funcionamento no trimestre confirmado as expectativas com a abertura de 2.108 contas, 4,5 contas por dia por balcão", sublinha.


As acções dos CTT fecharam com uma queda de 0,53% para 7,953 euros. 

(Notícia actualizada às 17:27 com mais informação)

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