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Lucros da PT caem 14,4% mas ficam acima do previsto (act)

A Portugal Telecom anunciou hoje que os resultados líquidos de 2007 desceram 14,4% para 742 milhões de euros, um valor que se situou acima das previsões dos analistas. A penalizar as contas esteve o custo de quase 300 milhões para cortar mais de mil posto

28 de Fevereiro de 2008 às 08:35
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(actualiza com mais detalhe)

A Portugal Telecom anunciou hoje que os resultados líquidos de 2007 desceram 14,4% para 742 milhões de euros, um valor que se situou acima das previsões dos analistas. A penalizar as contas esteve o custo de quase 300 milhões para cortar mais de mil postos de trabalho, enquanto pela positiva a empresa beneficiou de ganhos financeiros.

Num comunicado a PT adianta que o resultado líquido do período foi de 742 milhões de euros, um decréscimo de 14,4% face ao ano anterior, com a empresa a ser penalizada pelos com os custos com o programa de redução de efectivos, que no ano passado totalizou 1.004 trabalhadores e custou à empresa 275,6 milhões de euros.

As receitas de 2007 aumentaram 6,6% para 6,148 mil milhões de euros e o EBITDA subiu 5,3% para 2,357 mil milhões de euros.

Analistas contactados pelo Jornal de Negócios apontavam para lucros de 695 milhões de euros, receitas de 6,097 mil milhões de euros e EBITDA de 2,27 mil milhões, sendo que a PT apresentou sempre números superiores a estas previsões.

As acções da empresa já valorizaram perto de 4% depois da empresa ter anunciado os resultados antes da abertura da sessão. Os títulos [ptc] sobem 3,94% para os 8,44 euros, com mais de um milhão e meio de acções já negociadas. 

Lucro cai 78,9% no trimestre

No quarto trimestre os lucros caíram 78,9% para 71,8 milhões de euros, uma vez que foi neste período que a empresa registou maiores custos com o programa de redução de efectivos (134 milhões de euros, quando no período homólogo tiveram um efeito positivo de 76,7 milhões).

Numa base comparável, excluindo estes impactos extraordinários com custos de corte de postos de trabalho e outros, a PT diz que o EBITDA e o resultado líquido teriam aumentado 6,7% e 26,3%, respectivamente, em 2007.

O EBITDA menos Capex (investimento de capital) totalizou 1,457 mil milhões de euros, um aumento de 6,4% face a 2006. No ano passado o investimento efectuado pela PT registou um aumento de 3,6%, face a 2006, para 899 milhões de euros, equivalente a 14,6% das receitas.

Em 31 de Dezembro de 2007, a dívida líquida ascendeu a 4.382 milhões de euros, mais 16,6% do que em 2006, um aumento explicado pela empresa com o programa de recompra de acções, investimentos relacionados com a licença de UMTS e pela contribuição extraordinária para o fundo de pensões.

Ganhos financeiros compensam mais impostos

Se os custos com trabalhadores penalizaram as contas, as rubricas financeiras tiveram um efeito contrário. Em 2007 a Portugal Telecom teve ganhos financeiros de 116,8 milhões de euros, quando no período homólogo tinha registado custos na ordem dos 118,4 milhões de euros.

Foram várias as operações realizadas pela PT que permitiram um saldo positivo nos resultados financeiros.

A venda de 22% da Africatel (holding que agrega todos os activos da PT em África, excluindo a Médi Télécom) por 111 milhões de euros; os contratos de equity swap sobre as acções da PTM, que renderam 77 milhões de euros em 2007, face a 10 milhões de euros em 2006); a alienação do investimento em acções do Banco Espírito Santo (36 milhões de euros), e, por fim; a liquidação financeira dos "equity swaps" sobre acções próprias, que representaram um ganho de 32 milhões de euros em 2007, face a 24 milhões de euros em 2006.

Já na rubrica de impostos, o impacto voltou a ser negativo. A empresa pagou 243 milhões de euros em 2007 e no ano anterior tinha registado um valor negativo de 21 milhões de euros.

Móvel suporta crescimento

A PT terminou 2007 com uma margem EBITDA comparável de 36,3%, igual à de 2006, com a empresa a assinalar que foi o negócio móvel a suportar o crescimento da actividade da companhia.

"A melhoria do EBITDA no período foi principalmente suportada pelo crescimento dos negócios móveis, Vivo e TMN, e pelo crescimento do EBITDA dos outros negócios", refere um comunicado da operadora.

O EBITDA da Vivo aumentou 19,9% em 2007, face a 2006, enquanto na TMN, o crescimento foi de 3,1%, "impulsionado pelo sólido aumento da base de clientes, nos segmentos de voz e dados, em conjugação com o controlo rigoroso dos custos".

Já na rede fixa o EBITDA decresceu 6,0% em 2007, "devido essencialmente à redução dos ganhos com serviços passados em 2007".

Nas empresas associadas (nas quais controla uma participação), a PT registou 126 milhões de euros em 2007, em comparação com 131 milhões de euros em 2006, em resultado da redução da contribuição da Médi Télécom, que passou para 3 milhões de euros em 2007, face a 46 milhões de euros em 2006.

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