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Lucros das principais empresas industriais da China caíram 12% em julho

Em julho, os lucros fixaram-se em 622,7 mil milhões de yuans (90,5 mil milhões de euros), uma queda homóloga de 12% e o valor mensal mais baixo desde julho de 2020. Comparativamente a junho, a queda ascendeu a quase 25%.

29 de Agosto de 2022 às 08:40
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Os lucros das principais empresas industriais da China caíram 12% em julho, afetados por uma crise energética, que foi agravada pelo clima extremo, e pelas crescentes tensões geopolíticas com alguns dos principais parceiros comerciais do país.

Embora o lado da oferta tenha sido menos impactado por medidas de confinamento, comparativamente aos meses anteriores, a crise energética, desencadeada por ondas de calor prolongadas no sudoeste e sul do país, e os esforços do Ocidente para reorganizar as cadeias industriais, constituem obstáculos para as indústrias chinesas, apontam analistas.

De acordo com os dados oficiais divulgados esta segunda-feira pelo Gabinete Nacional de Estatísticas chinês (GNE), o lucro combinado das empresas industriais chinesas com faturamento anual acima dos 20 milhões de yuans (cerca de 2,9 milhões de euros) caiu 1,1%, em termos homólogos, para 4,9 biliões de yuans (712 mil milhões de euros), nos primeiros sete meses de 2022.

Em julho, os lucros fixaram-se em 622,7 mil milhões de yuans (90,5 mil milhões de euros), uma queda homóloga de 12% e o valor mensal mais baixo desde julho de 2020. Comparativamente a junho, a queda ascendeu a quase 25%.

"A China enfrenta altos níveis de custo, procura de mercado insuficiente para alguns setores e crescente pressão operacional, à medida que o ambiente doméstico e internacional se tornou mais complexo e grave", apontou Zhu Hong, funcionário do GNE, em comunicado. "Ainda é necessário muito trabalho para alcançar uma recuperação estável da economia industrial", acrescentou.

Dos 41 setores incluídos no inquérito, 25 registaram uma queda no lucro. A indústria do aço foi a mais afetada, com os lucros das siderúrgicas a caírem quase 81%, em termos homólogos, nos primeiros sete meses do ano.

Os setores de materiais de construção também foram duramente atingidos por uma grande queda no mercado imobiliário.

A mineração de carvão e as produtoras de energia tiveram um bom desempenho, com os lucros a duplicar, em relação ao mesmo período do ano passado.

Isto ocorreu numa altura em que ondas de calor extremo aumentaram a procura por eletricidade, levando Pequim a pedir o aumento da produção de carvão, já que os apagões causaram o encerramento de fábricas em áreas do sudoeste do país.

Os números foram particularmente maus entre as empresas de capital estrangeiro e privadas.

Enquanto as empresas industriais estatais relataram um aumento dos lucros de 8%, para 1,74 biliões de yuans (253 mil milhões de euros), nos primeiros sete meses de 2022, o lucro líquido das empresas financiadas por capital estrangeiro caiu 14,5%, para 1,09 biliões de yuans (145 mil milhões de euros). Entre as empresas privadas, os lucros das fábricas caíram 7,1%, para 1,3 biliões de yuans (189 mil milhões de euros).

Pequim acelerou o investimento em infraestrutura e a emissão de títulos de dívida desde o início deste ano, para evitar a estagnação económica, mas essas políticas geralmente beneficiam os atores estatais.

O lucro líquido das empresas do setor ferroviário, navios e outros equipamentos de transporte aumentou mais de 29%, no mês passado, enquanto o setor elétrico e de maquinaria teve ganhos de 25,6%.

Mas os analistas acreditam que a queda geral nos lucros vai persistir.

"Tanto o preço quanto a produção vão continuar a reduzir os lucros industriais", escreveu o analista da Hongta Securities, Yin Yue, numa nota.

"A taxa de utilização da capacidade de algumas indústrias está a diminuir por causa da epidemia, altas temperaturas e cortes de energia", observou.

No início deste mês, o banco central da China cortou as principais taxas de empréstimo em 10 pontos base e reduziu a taxa básica de empréstimos de cinco anos em 15 pontos base, visando injetar liquidez na economia.
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