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Fábricas no sudoeste da China suspendem produção devido à escassez de energia

Empresas na província de Sichuan tiveram que fechar ou reduzir a produção, depois de receberem ordens para racionar energia, durante um período de cinco dias.

As energias renováveis têm crescido e substituído o carvão em vários territórios, mas esta antiga fonte de energia      continua a ser muito usada na Ásia.
Reuters
17 de Agosto de 2022 às 11:47
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A escassez de energia no sudoeste da China, provocada por uma seca prolongada numa região altamente dependente da produção hidroelétrica, está a obrigar ao encerramento temporário de fábricas, informou esta quarta-feira a imprensa local.

A escassez de energia surge num período em que a economia chinesa sofre um abrandamento acentuado, devido às medidas de prevenção contra a covid-19 e a uma crise de liquidez no setor imobiliário.

Empresas na província de Sichuan, incluindo fabricantes de painéis solares e cimento, tiveram que fechar ou reduzir a produção, depois de receberem ordens para racionar energia, durante um período de cinco dias, de acordo com informações difundidas pela imprensa local.

Isto ocorreu depois de os níveis de água nos reservatórios terem caído e o consumo de energia ter disparado, face ao maior uso de ar condicionado, devido a uma onda de calor extremo.

"Deixem a energia para o povo", lê-se numa ordem emitida pelo governo da província, na terça-feira.

Estas paralisações aumentam os desafios para o Partido Comunista, numa altura em que Xi Jinping, o líder mais forte da China nas últimas décadas, prepara-se para tentar romper com a tradição e obter um terceiro mandato de cinco anos, durante o 20.º Congresso do Partido, que se realiza no outono.

O aumento da produção fabril e das vendas do retalho abrandou em julho, atrasando a recuperação económica da China, depois de Xangai e outros centros industriais importantes do país terem sofrido bloqueios, totais ou parciais, no segundo trimestre do ano, visando travar surtos do novo coronavírus.

A economia chinesa atingiu um crescimento homólogo de 2,5%, no primeiro semestre de 2022, menos de metade da meta de 5,5%, delineada pelo Governo chinês.

Áreas no centro e norte da China ordenaram medidas de emergência para garantir o abastecimento de água potável, depois de as chuvas de verão terem atingido apenas metade dos níveis registados nos anos anteriores.

Os órgãos oficiais informaram que camiões dos bombeiros estão a entregar água para beber e irrigar as plantações nas aldeias periféricas da cidade da Chongqing.

Centenas de milhares de hectares de plantações no centro e norte da China murcharam devido à falta de água e às altas temperaturas, segundo as autoridades. Algumas áreas relataram que o rendimento das colheitas este verão foi um fracasso.

A agência meteorológica da China alertou que as temperaturas em algumas áreas podem chegar aos 40 graus Celsius este verão.

Em Sichuan, que tem 94 milhões de habitantes, os níveis de água nos reservatórios hidroelétricos caíram para metade, este mês, de acordo com o Departamento Provincial de Economia e Tecnologia de Informação.

Fabricantes de equipamentos de energia solar em Sichuan, incluindo a Tongwei Solar Co. Ltd. e a GCL-Poly Energy Holdings Ltd., informaram que receberam avisos para racionar energia.

A Tongwei disse que o "corte de energia e a suspensão da produção não tiveram muito impacto", segundo a agência de notícias de negócios East Money.

A China enfrentou tensões semelhantes, no ano passado, quando a província de Guangdong, no sudeste, um dos centros industriais mais importantes do mundo, ordenou o encerramento de fábricas, após reservatórios hidroelétricos terem atingido níveis mínimos, face à escassez de chuva.

O governo destinou 280 milhões de yuans (cerca de 40 milhões de euros) para o alívio da seca nas províncias de Hebei e Shanxi e na região da Mongólia Interior, no norte, e na província de Liaoning, no nordeste, segundo a Xinhua.

"Alguns rios pequenos e médios estão tão secos que pararam de fluir", apontou a agência.

As autoridades alertaram na terça-feira que algumas partes do país enfrentam possíveis inundações devido às fortes chuvas previstas em áreas do noroeste da Mongólia Interior.
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