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Lucros da Sonae caem um terço para 135 milhões até setembro

Ainda sem o impacto do encaixe dos 300 milhões de euros da venda da dona da Sport Zone, o grupo liderado por Cláudia Azevedo superou os seis mil milhões de euros de faturação nos primeiros noves meses de 2023, mais 10,4% do que em igual período do ano passado.

José Gageiro
15 de Novembro de 2023 às 18:19
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A Sonae registou um resultado líquido atribuível aos acionistas de 135 milhões de euros nos primeiros nove meses deste ano, o que representa uma queda de 35,7% face ao mesmo período do ano passado, "traduzindo o esforço para apoiar as famílias e o aumento dos custos de financiamento e dos impostos, bem como o aumento das depreciações devido ao investimento na expansão e digitalização dos negócios", justifica o grupo com sede na Maia, esta quarta-feira, 15 de novembro, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Na sua habitual mensagem, Cláudia Azevedo prefere destacar o desempenho operacional do grupo, sublinhando que "o volume de negócios aumentou 10% em termos homólogos, ultrapassando os seis mil milhões de euros, e o EBITDA situou-se em 581 milhões de euros, 7% acima de 2022", verificando-se uma redução da margem de 0,3 pontos percentuais para 9,6%.

Uma evolução positiva "impulsionada principalmente pela MC, que consolidou a sua posição de liderança no mercado português de retalho alimentar", realça a CEO da Sonae.

De facto, o negócio do Continente e afins fechou os primeiros nove meses do ano com um aumento homólogo de 11,8% das vendas, ultrapassando os 4,8 mil milhões de euros, cifra que representa cerca de 80% da faturação consolidada da Sonae.  

Investimento de 476 milhões até setembro, dívida líquida cai para 982 milhões

Cláudia Azevedo enfatiza, também, o investimento de 476 milhões de euros efetuado pelo grupo desde o início deste ano, assim como a posição financeira da Sonae, que "foi novamente reforçada, com a dívida líquida a reduzir em termos homólogos devido à nossa geração de ‘cash flow" operacional e à nossa atividade de gestão de portefólio", explica.

No final de setembro, a dívida líquida da Sonae fixava-se em 982 milhões de euros, menos 40 milhões do que há um ano.

Precisamente em relação à gestão de portefólio, a CEO da Sonae sinaliza três grandes operações: "Concluímos, já no quarto trimestre de 2023, a venda da nossa participação na ISRG (com um encaixe total de 300 milhões de euros), avançámos na execução da parceria com a Druni para criar o maior operador de saúde, bem-estar e beleza da Ibéria, e continuámos a investir em empresas inovadoras dedicadas ao desenvolvimento de soluções alimentares sustentáveis e saudáveis, através da Sparkfood, o nosso novo veículo de investimento neste setor", revela.

Operações relevantes foram também a aquisição pela Sonaecom da participação direta da Sonae na Nos por 213 milhões de euros, detendo atualmente 37,37% do capital social da operadora; a compra da restante participação de 10% na Sierra, detendo agora 100% do seu capital; e, ainda, a "joint venture" que o Universo fez com o Bankinter Consumer Finance para a criação de um operador "líder de crédito ao consumo em Portugal", cuja conclusão está atualmente dependente de aprovação das entidades reguladoras.

De resto, nota Cláudia Azevedo, "durante o terceiro trimestre do ano, o contexto macroeconómico continuou a ser marcado pelos efeitos da instabilidade geopolítica, da subida das taxas de juro e de uma inflação persistente, embora em desaceleração".

Worten, Sierra e Nos em ascensão, negócio da moda em baixa

Por negócios, refira-se que no retalho alimentar assistiu-se à expansão da rede de lojas da MC, que nos primeiros noves meses deste ano abriu 39 novas lojas próprias, efetuou remodelações de lojas e otimizou infraestruturas tecnológicas e logísticas, que conduziram a um investimento total de 197 milhões de euros até setembro.

 

No retalho de eletrónica, o volume de negócios total da Worten atingiu 880 milhões de euros entre janeiro e setembro de 2023, mais 5,2% do que no mesmo período do ano passado, enquanto no retalho de moda as marcas da Zeitreel, em resultado das "condições climáticas anormais", viu as suas vendas descerem 4%, para 266 milhões de euros.

 

No setor imobiliário, a Sierra "melhorou o seu desempenho operacional em todas as suas áreas de negócio, conduzindo a um aumento de 50% em termos homólogos do resultado direto, para 48 milhões de euros, e a um aumento de 21% no resultado líquido para 54 milhões".

 

Já no negócio das tecnologias, a Bright Pixel, que já inclui mais de 40 empresas de todo o mundo, "reforçou alguns dos investimentos atuais que conduziram a um ligeiro aumento do NAV, para 332 milhões de euros, e do capital investido no portefólio ativo, para 167 milhões", tendo desde o início deste ano investido 33,5 milhões e expandido o seu portefólio com meia dúzia de novas empresas.

Nas telecomunicações, a Nos atingiu um volume de negócios de 1,2 mil milhões de euros, o que traduz um crescimento homólogo de 5,3%.

 

E nos serviços financeiros, a Universo registou uma produção de 719 milhões de euros e uma faturação de 36 milhões, mais 34% face aos primeiros nove meses do ano passado.

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