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Lehman vê recuperação dos mercados em 2009
A crise global no mercado do crédito piorou no último mês e a recuperação no sector dos activos poderá só se dar no próximo ano, segundo o director financeiro da Lehman Brothers, Erin Callan.
A crise global no mercado do crédito piorou no último mês e a recuperação do sector poderá só se dar no próximo ano, segundo o director financeiro da Lehman Brothers, Erin Callan.
"Março foi um mês muito, muito duro", afirmou Callan hoje em entrevista ao canal televisivo da Bloomberg. "Não creio que isto mude nos próximos meses. Teremos de olhar para 2009 para então começarmos a vislumbrar uma inversão de tendência", salientou o CFO da Lehman.
As declarações de Callan contrastam com os comentários feitos ontem por Lloyd Blankfein, CEO da Goldman Sachs. Blankfein disse aos accionistas, na AG anual da casa de investimento, que "estamos mais perto do fim do que do início da crise".
Também John Mack, CEO da Morgan Stanley, se pronunciou esta semana sobre a actual crise, dizendo que a contracção do mercado do crédito irá provavelmente "durar mais dois trimestres".
"Outros analistas poderão estar mais optimistas quanto ao final da crise, mas penso que só em 2009 é que poderá haver algum optimismo em relação à indústria e aos mercados como um todo", salientou Callan.
A Lehman Brothers anunciou anteontem que teve de "salvar" cinco fundos de dívida de curto prazo, penalizados pelo congelamento no mercado do crédito. A Lehman retirou 1,8 mil milhões de dólares de activos sem liquidez dos fundos para as suas contas e apresentou uma perda de 300 milhões de dólares no primeiro trimestre.
Os maiores bancos mundiais já apresentaram 245 mil milhões de dólares em amortizações de activos e perdas decorrentes da crise do crédito desde o início de 2007.
Os títulos financeiros têm sido os mais castigados nas bolsas internacionais devido a esta crise, que começou com o segmento dos empréstimos de alto risco ("subprime").