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Lacerda: "Estamos a preparar um dossiê" sobre o Banco Postal

O presidente do Conselho de Administração dos CTT, Francisco de Lacerda, disse esta quinta-feira, em entrevista à Lusa, que está a ser preparado um dossiê sobre o que poderia ser um Banco Postal dos Correios de Portugal.

Sofia A. Henriques/Negócios
06 de Junho de 2013 às 13:20
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O Governo quer relançar o antigo projecto de um Banco Postal no âmbito da privatização dos CTT, agendada para este ano, para aumentar o valor potencial de venda dos Correios.

 

Questionado sobre o tema, Francisco de Lacerda afirmou: "Estamos a preparar um dossiê, estamos a fazer o estudo do que poderia ser um Banco Postal dos CTT".

 

A empresa pretende desenhar e "avaliar o potencial de valor e todas as circunstâncias à volta do que é na prática criar um banco, caso assim venha a ser entendido", disse.

 

"Depois do estudo feito há decisões a tomar", disse, acrescentando que este estará pronto antes da privatização.

 

Em relação à eventual entrada dos CTT em novos mercados, o gestor disse que "não há nada de novo".

 

Segundo Francisco de Lacerda, "há um permanente trabalho no desenvolvimento das operações" que o grupo tem em Espanha e Moçambique.

 

No caso espanhol, a aposta passa pelo desenvolvimento da integração com a operação portuguesa".

 

Os correios querem olhar "para a Península Ibérica como um mercado único e trabalhar as duas em conjunto na área do [correio] expresso e encomendas", disse, salientando que apesar da crise, a tendência de longo prazo é de crescimento.

 

Lembrou que o comércio electrónico é uma actividade que faz sentido para os Correios, já que têm um elevado potencial.

 

Sobre a eventual dispersão em bolsa dos CTT, Francisco de Lacerda disse não querer tomar posições públicas sobre o assunto.

 

"O que posso dizer é que o modelo de privatização não está decidido", afirmou apenas.

 

Questionado sobre se tem recebido manifestações de interesse na privatização dos CTT, o gestor disse que existem. "Não há contactos de interessados no sentido formal, mas há manifestações de interesse", afirmou.

 

Os CTT - Correios de Portugal são uma empresa "que ganha dinheiro há uma série de anos, que estão num momento de transformação importante para acomodar estas tendências muito fortes de substituição electrónica" e, embora a conjuntura económica seja "muito difícil" e haja o movimento de liberalização do sector, a empresa tem "conseguido passar por esta situação proactivamente e com muito mérito", com níveis de rentabilidade e de evolução "interessantes", considerou.

 

Com uma carreira de mais de duas décadas no sector da banca e quase há um ano à frente da presidência dos CTT, Francisco de Lacerda
considerou os Correios como um desafio.

 

"Nesta posição e nesta fase é claramente um desafio muito interessante e que estou muito empenhado em garantir que corre bem", concluiu.

 

Os sindicatos dos correios convocaram uma greve nacional nos CTT para 7 de Junho, próxima sexta-feira, em protesto contra a privatização da empresa e em defesa de um serviço público de qualidade.

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